Segunda, 13 Mai 2024

Desmatamento da mata atlântica no país é o maior desde 2008

Desmatamento da mata atlântica no país é o maior desde 2008
O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica aponta que o desmatamento do bioma no período de 2011 a 2012 foi o maior no país desde 2008, totalizando supressão de 23.548 hectares - 235 quilômetros quadrados – de vegetação nativa. No Espírito Santo, onde restam apenas 10,5% da mata nativa, o estudo não contemplou a área total, chegando a 25 hectares em três municípios - número bem inferior ao levantamento anterior, quando foi registrado desmatamento de 364 hectares (2010-2011).
 
As imagens que identificam os remanescentes florestais são captadas por satélite, ocorrendo prejuízos em decorrência da cobertura de nuvens. Em 2011, a área avaliada do Estado totalizou 64%, já em 2012, 45%, menos da metade. Dos 25 hectares de desmatamento, 11 foram identificados em Alegre, 10 em Vargem Alta – ambos no sul capixaba - e quatro em Sooretama (norte do Estado). Nos demais 75 municípios, não houve registros.
 
O estudo é uma iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e foi realizado nos 17 estados abrangidos pelo bioma, um dos mais ameaçados do mundo. Entre 2008 e 2010, a taxa média anual foi de 15.183 hectares, e 14.090 hectares no levantamento de 2010 a 2011. 

 
No Atlas divulgado nessa terça-feira (4), véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente, também foram pontuadas no país supressões de vegetação de restinga (1.554 hectares) e de mangue (17 hectares) – mais uma vez, não há registros no Estado. 
 
Das regiões avaliadas, Minas Gerais, Bahia, Piauí e Paraná são o que apresentam situação mais crítica. Minas é o campeão do desmatamento pela quarta vez consecutiva, sendo responsável pela metade da destruição da Mata Atlântica no período analisado. 
 
Segundo o levantamento, nos últimos 27 anos, a Mata Atlântica perdeu 1.826.949 hectares ou 18.269 km² – o equivalente à área de 12 cidades de São Paulo. “Hoje são apenas 8,5% (11.189.009 ha) de remanescentes mais preservados em áreas acima de 100 hectares. Considerando todos os pequenos fragmentos de floresta natural acima de três hectares, o índice chega a 12,5% (16.373.946 hectares)”.
 
Para Mario Mantovani, da Fundação SOS Mata Atlântica, o levantamento é importante para monitorar os impactos das mudanças decorrentes das alterações no Código Florestal, aprovadas há um ano. “As informações qualificadas e geradas periodicamente pelo estudo darão suporte para o acompanhamento do cumprimento do Código e a execução do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA)”.
 
No Espírito Santo, da área original de 4.607.108 hectares, restam apenas 482.761, como aponta o estudo. O maior índice de desmatamento foi registrado entre 1990 e 1995, ao todo 22.428 hectares. Áreas de mangue totalizam 7.443 hectares e de restinga 25.569 hectares. 

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