O Dia Internacional de Luta Contra os Monocultivos de Árvores, nesta sexta-feira (21), será marcado no Espírito Santo pelo lançamento do livro Ambientalização dos Bancos e Financeirização da Natureza, que faz uma reflexão sobre a atuação e as políticas socioambientais do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), assim como os impactos e a violação dos direitos humanos de projetos financiados pela instituição.
Organizado por João Roberto L. Pinto, coordenador do Instituto Mais Democracia, o livro aborda casos concretos que envolvem grandes corporações nas quase duas décadas de articulação nacional de instituições financeiras multilaterais.
O Dia Internacional foi criado pela Rede Alerta Contra o Deserto Verde em 2004, para marcar a resistência contra a monocultura do eucalipto, representada no Estado pelas empresas Aracruz Celulose (Fibria) e Suzano Papel e Celulose. “A instalação dessas empresas só foi possível graças a fartos financiamentos públicos pelo BNDES, o que demonstra a importância do livro em lançamento e deste debate”, ressaltou a entidade.
Para a Rede Alerta, o livro alerta para a crescente financeirização da natureza promovida pelos agentes financeiros, os bancos internacionais, as corporações transnacionais que sobretudo, contam com o aval dos governos brasileiros.
Durante o lançamento, haverá um debate João Roberto Lopes Pint, Marilda Teles Maracci, uma das autoras do livro, e representantes das comunidades atingidas pelos grandes empreendimentos no Brasil e em Moçambique (citados no livro).
Até esta quinta-feira (20), a WRM – World Rainforest Movement recebe adesões à carta que será lançada internacionalmente na sexta-feira (21), na tentativa de fomentar o debate ao redor do mundo. Segundo a entidade, o Dia Internacional de Luta contra o Monocultivo de Árvores é um chamamento à unificação da luta para exigir que os governos interrompam a expansão de monocultivos de árvores e iniciem um processo de desmantelamento da especulação e da mercantilização da vida.
“Enquanto ganha mais dinheiro explorando serviços ambientais, o capital financeiro também incentiva, com fundos especulativos, a expansão dos monocultivos de árvores, seja para celulose, óleo ou borracha, seja para carbono (REDD+) e energia – como parte das falsas soluções para a crise climática – gerando uma maior concentração de terras e cada vez mais impactos sobre as comunidades locais”, pontuou a WRM.