Sexta, 26 Abril 2024

Feira livre de Colatina volta em novo dia e local com todos os agricultores

horta_agricultora_arquivo_pessoal Arquivo pessoal

Agora é oficial. Depois de anunciar retorno da sua feira livre para o último dia 11 e voltar atrás às vésperas, sendo denunciado no Ministério Público Estadual para indenização aos agricultores lesados, o prefeito de Colatina, Sergio Meneguelli (Republicanos), assinou o Decreto Municipal nº 24.396, nesta terça-feira (21), estabelecendo as "medidas qualificadas para o funcionamento de feiras livres durante o período de enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do novo coronavírus (Covid-19)".

Maior espaço de venda direta ao ar livre ao norte do Rio Doce e uma dos maiores do Estado, a feira livre de Colatina volta após quatro meses, em novo local, dia e horário: às sextas-feiras, de 16h às 22h, no estacionamento entre a Avenida Delta e a Rua José Jacinto de Assis. 

Apesar de criar transtorno para alguns feirantes, a mudança para sexta-feira se faz necessária por medida de segurança. "Para diminuir aglomeração aos sábados no centro da cidade, ajudar a população no respeito ao isolamento", argumenta o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, José Carlos Loss Júnior.

Os produtos comercializados também mudaram, como estabelece o inciso IX do art. 3º: "não será permitida a comercialização de qualquer outro produto não hortifrutigranjeiro, a exemplo de lanches, refeições, bebidas alcoólicas, petiscos, artesanato e confecções".

Mesmo representando agricultores com produção eminentemente hortifrutigranjeira, não afetada pela proibição, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria de Jetibá espera que o prefeito possa rever a posição.

"O decreto não está em harmonia com a cartilha do Estado [publicada por meio da Secretaria de Agricultura] e decretos de outros municípios, que permitem a venda de lanches, artesanatos e confecções, mediante os protocolos de segurança necessários. A gente gostaria que a prefeitura ouvisse mais os feirantes e seguisse as regras de outras cidades e do Estado", expõe o presidente da entidade, Egnaldo Andreatta. 

A grande conquista de ter de volta a maior feira do norte do Estado, fonte de renda principal ou única para dezenas de agricultores familiares, é reconhecida. "A gente vê avanço, graças a Deus nossos agricultores poderão voltar a trabalhar", comemora.

E pede que seja estabelecido diálogo para que todas as dúvidas dos feirantes sejam sanadas ao longo da semana. "Que a prefeitura dê todo suporte necessário para que a feira funcione e que cumpra os acordos com os agricultores e feirantes para retornar para o sábado assim que passar a pandemia".

A esperança dos agricultores de Santa Maria – maior produtor estadual de hortifrutigranjeiros e de alimentos orgânicos – é que a decisão de Colatina influencie positivamente municípios vizinhos, que retomaram suas feira, mas ainda de forma restrita aos produtores locais, como Baixo Guandu, Santa Teresa, Pancas, Guarapari, Nova Venécia e Itarana. "Alguns já nos disseram que seguiriam o que Colatina fizesse", disse.

Regras

Entre as regras estabelecidas no decreto municipal, estão as medidas de praxe em outras cidades, como a distância mínima de dois metros entre as barracas; o uso obrigatório de máscaras por todos os feirantes, consumidores e visitantes; a disponibilização de álcool 70% pelos feirantes para uso próprio e dos clientes; o isolamento das barracas, proibindo a entrada de clientes ou visitantes; a proibição de manipulação pelos clientes, com comercialização somente de alimentos embalados em quantidades pré-definidas; distância mínima de 1,5m entre os clientes, assim delimitada pelos feirantes, que deve evitar formação de filas em frente às barracas; destinar uma pessoa específica para o caixa em todas as barracas; não disponibilização de mesas e bancos, para não estimular permanência prolongada na feira; e o curioso inciso XV: "evitar o anúncio verbal mediante falas e ou gritos de produtos disponíveis para comercialização".

A normativa também faz as orientações de praxe para clientes, sobre não ir à feira caso seja de grupo de risco ou estiver com sintomas gripais, e enviar apenas um membro da família, além de usar a máscara e levar recipiente com álcool gel 70% e higienizar adequadamente cada um dos produtos que adquiriu ao chegar em casa.

Aos feirantes, as recomendações, no retorno para casa e propriedades, são que, "antes de qualquer contato com as pessoas que permaneceram na residência, separar e ensacolar as roupas até o momento de serem lavadas, além de realizarem uma higiene completa (lavar as mãos e tomar banho)".

A reabertura da feira livre será em caráter experimental, ressalva ainda o decreto. "Em sendo descumpridas as regras, haverá, novamente, a suspensão do seu funcionamento".

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Comentários: 1

Clovis em Quarta, 22 Julho 2020 07:11

Não entendo como Santa Maria de Jetibá, maior produtor de hortifrutigranjeiros do estado, não tenha ainda sua própria feira livre. O produtor de Santa Maria, além de produzir muito dos produtos das feiras livres, tem que arcar com o transporte para outros municípios para comercializarem suas mercadorias. O que é curioso que tem município que quase nada produzem, mas tem feiras livres.

Não entendo como Santa Maria de Jetibá, maior produtor de hortifrutigranjeiros do estado, não tenha ainda sua própria feira livre. O produtor de Santa Maria, além de produzir muito dos produtos das feiras livres, tem que arcar com o transporte para outros municípios para comercializarem suas mercadorias. O que é curioso que tem município que quase nada produzem, mas tem feiras livres.
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