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Morro da Onça aguarda Suzano cumprir indenização sobre lavoura contaminada

Papeleira destruiu um hectare de roça de aipim com lançamento de agrotóxicos por meio de drone

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A comunidade de Morro da Onça, em Conceição da Barra, norte do Estado, uma das 32 certificadas pela Fundação Palmares dentro do Território Quilombola Tradicional do Sapê do Norte, que se estende também pelo município vizinho de São Mateus, aguarda o cumprimento do compromisso firmado pela Suzano Papel e Celulose (ex-Fibria e ex-Aracruz Celulose), de indenizar a comunidade pela destruição de um hectare de lavoura de mandioca. 

O prazo acordado se encerra no próximo dia 31 de agosto. A previsão é de que técnicos enviados pela papeleira visitem a comunidade até quinta-feira (25), para fazer a contagem das plantas destruídas, calcular o valor da indenização e providenciar o plantio de uma nova roça de aipim. 

A negociação entre as partes se deu a partir da reunião da Mesa de Resolução de Conflitos Fundiários, coordenada pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDH) do dia 14 de julho, pouco após o ocorrido, no dia nove daquele mês, quando a multinacional pulverizou agrotóxicos na região, por meio de drones. O alvo era um de seus talhões com monocultivos de eucaliptos, mas a terra da comunidade também foi atingida. 

“Ela tem até o dia 31 para fazer isso tudo. Hoje é dia 23 e não vieram ainda. Se não tiver êxito assim, não vai ter jeito, vamos ter que entrar com pedido de ação judicial no Ministério Público”, afirma Josielson Gomes dos Santos, presidente da Associação Quilombola Morro da Onça e membro da Coordenação Estadual do Sapê do Norte (Coeq). 

“Eles vão tirar as plantas mortas, contar quantos pés de planta foram, ver o tanto de produção que daria e pagar essa produção perdida. E também vão fazer o preparo da mesma área para fazer um novo plantio. Eles mesmos que vão fazer. Isso que ficou combinado entre as partes, a Suzano e a comunidade”.

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Retomada

A comunidade quilombola Morro da Onça está em franca operação de retomada de seu território ancestral, usurpado pela empresa há mais de meio século, com conivência dos sucessivos governos estaduais. Em conjunto com a comunidade vizinha do Córrego do Alexandre, também certificada, realiza, desde o início do mês, plantios de alimentos em áreas onde foram feitos cortes de eucaliptos, para garantir a segurança alimentar das famílias, isoladas pelo deserto verde de eucaliptos. 

“Estamos fazendo mutirões para plantar melancia, feijão, milho, para que de fato a gente tenha com o que se alimentar nessas áreas. Grandes mutirões, para que a gente possa utilizar essa área para o bem comum das famílias das comunidades”, reforça Josielson.

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