MST vai pedir à ministra do Meio Ambiente incentivos para a agricultura sustentável

Adelso Lima, integrante da direção nacional do MST no Estado, explica que o movimento reivindica a implementação de programas que incentivem o reflorestamento de áreas degradadas em assentamentos rurais que foram desmatadas anteriormente por latifundiários. “Reivindicamos a agilidade e ampliação do programa de Agroecologia, a criação de uma política nacional para o reflorestamento em assentamentos rurais e de um programa de doação de mudas e sementes”, lista Adelso.

 

O movimento também reivindicará a suspensão de programas que não contribuem com a agricultura agroecológica e camponesa, como o REDD (Redução de emissões por desmatamento evitado e degradação florestal) e o atual projeto de Pagamento de Serviço Ambiental, que está para ser votado na Câmara dos Deputados.

 

Os trabalhadores Sem Terra ainda denunciam os impactos do que eles chamam de "capitalismo verde" no campo brasileiro. “Esses projetos ampliam a expansão do capital financeiro, que quer transformar as florestas em ações na bolsa de valores. Isso é  prejudicial a qualquer proposta de agricultura sustentável, com bases agroecológicas”, avalia o representante do MST.

 

O lançamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) será em Nova Venécia, na região noroeste do Estado, e o convite foi articulado pela senadora Ana Rita (PT). O objetivo do cadastro é traçar um mapa a partir do qual serão calculados os valores da área, e também será feito um levantamento de Áreas de Proteção Permanente (APP), Reserva Legal (RL) e remanescentes de vegetação nativa, para diagnóstico ambiental.

 

Entre as principais ações da ministra, estão a assinatura de termo de compromisso, a abertura de procedimento administrativo no programa de regularização ambiental e a inscrição do imóvel no CAR. Ela também vai lançar o Assentamento Córrego Alegre, no mesmo município, e se reunirá com lideranças locais da região.

O cadastro é considerado o primeiro passo para a adesão aos programas de regularização ambiental, que devem ser construídos até 2014 no Brasil, segundo as recentes mudanças do Código Florestal. O Idaf, Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo, é o responsável pela aplicação do CAR no Estado.