Pó preto incomoda a 98,6% dos moradores da Ilha do Boi
Pesquisa desenvolvida pela engenheira ambiental Larissa Barbosa de Souza, apresentada em reunião do Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) Respira Vitória nesta terça-feira (4), comprova que 98,6% dos moradores da Ilha do Boi, em Vitória, sentem-se incomodados com o pó preto em suas residências. Destes, 62,3% como muito ou extremamente incomodados, marcando entre os números 8 e 10 numa escala crescente do transtorno gerado pela poluição do ar.
A pesquisa é uma tese de doutorado apresentada à Universidade Federal do Estado (Ufes), que considerou uma amostra de 148 pessoas (pouco mais de 10% da população do bairro), maiores de idade e moradoras da Ilha do Boi, às quais foi aplicado um questionário entre os meses de novembro e dezembro de 2010.
Dos entrevistados, 84% que demonstraram incômodo grande ou extremo, informaram ter empregada doméstica e trabalhar fora e, por isso, passam pouco tempo em casa,
O estudo atualiza dados de uma pesquisa desenvolvida por Rigo e Trindade em 2006, que apontava que o índice de incômodo na região era de 86%. Em apenas cinco anos, o índice de incômodo cresceu mais de 12%.
Outra parte da pesquisa foi aplicada a 17 voluntários, de amostra aleatória, que se comprometeram a preencher diária, semanal e mensalmente uma escala sobre seu nível de incômodo. Essa pesquisa foi realizada entre dezembro de 2010 e junho de 2011, aliada à medição dos valores de deposição de material particulado. Foi comprovado que essa medida está diretamente relacionada ao maior incômodo do cidadão.
Em janeiro e fevereiro de 2011, com a incidência maior do vento nordeste, que incide sobre o bairro, a poeira sedimentada e o incômodo dos moradores tiveram valores elevados, que cresceram e diminuíram da mesma forma.
A pesquisa também comprovou que 75% da população indicou que o pó vem de emissões industriais e outros 18% de emissões veiculares. Fatores como o vento nordeste e o verão foram apontados, respectivamente, por 74% e 9% da população como razões que interferem, para mais, na quantidade do pó. Já a chuva foi identificada por 9% como um fator que diminui a incidência da poeira.
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) considerou necessário expandir o estudo e está desenvolvendo pesquisa semelhante nos bairros vizinhos às estações de amostragem da poeira na Grande Vitória. A primeira parte foi desenvolvida no verão – de janeiro a março de 2013 –, que é quando se espera que o índice de incômodo seja maior, por conta da maior incidência do vento nordeste. A segunda será feita nos meses de inverno, começando no próximo mês de julho.
Na próxima reunião do GTI Respira Vitória, que acontecerá no dia 2 de julho, será solicitado ao Iema que apresente os cronogramas e dados das pesquisas desenvolvidas acerca do assunto. As informações serão avaliadas em conjunto, pelos membros do GTI, que decidirão se é relevante ou não, para os propósitos do grupo, esperar que as pesquisas sejam concluídas.
O vereador Serjão Magalhães (PSB) garantiu que o prazo máximo para que os relatórios-minuta sejam apresentados, com indicativos dos objetivos e construção dos padrões de qualidade do ar, é dezembro deste ano. Se o grupo optar por não usar as pesquisas que ainda estão em andamento, o prazo de apresentar esse relatório em agosto próximo será mantido.
O vereador Serjão Magalhães (PSB) garantiu que o prazo máximo para que os relatórios-minuta sejam apresentados, com indicativos dos objetivos e construção dos padrões de qualidade do ar, é dezembro deste ano. Se o grupo optar por não usar as pesquisas que ainda estão em andamento, o prazo de apresentar esse relatório em agosto próximo será mantido.
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