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Protestos destacam contradição na agenda ambiental de Casagrande

Servidores do Iema fizeram assembleia no local de evento sobre sustentabilidade

Assiema

A Conferência Sustentabilidade Brasil 2025, evento que conta com apoio do Governo do Estado, teve início nesta quarta-feira (11), na Praça do Papa, em Vitória. Para servidores do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e integrantes da entidade Juntos SOS ES Ambiental, essa foi uma boa oportunidade para apontar as contradições da política ambiental da gestão do governador Renato Casagrande (PSB).

No início da tarde, na entrada do evento, a Associação dos Servidores do Iema (Assiema) realizou uma assembleia em caráter de ato político. Na pauta estavam reivindicações dos trabalhadores já apresentadas ao governo estadual desde o último dia 2 de abril: correção das perdas inflacionárias; implementação da bonificação por desempenho; e regulamentação da aceleração de progressão por desempenho e titulação.

Segundo a Assiema, já foram realizadas duas reuniões com a Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger), mas sem nenhum avanço na pauta. Por conta disso, os servidores estão em estado de greve desde o dia 6 de maio. Uma nova assembleia deverá ser realizada no início de julho, e a categoria segue mobilizada até lá.

“A nossa assembleia abordou apenas a questão salarial, mas consideramos que essa pauta é indissociável da pauta ambiental. Isso porque a precarização do órgão pela defasagem salarial é um dos pontos que o enfraquecem. Nós temos dito que 40% das pessoas nomeadas no último concurso ou não tomaram posse ou já pediram exoneração. Os cargos de algumas formações já até esgotaram o cadastro reserva”, explica o coordenador-geral da Assiema, João Paulo Furtado.

Os manifestantes também levaram cartazes e panfletos que destacam outras contradições da agenda ambiental da gestão de Casagrande, como a proposta – capitaneada pelo secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni (União) – de conceder os parques estaduais para a exploração da iniciativa privada.

Gestão do pó preto

No caso da Juntos SOS ES Ambiental, o protesto teve como foco a questão da poluição atmosférica, com a “gestão do pó preto” feita pelo governo Casagrande. O ONG critica a proposta do governador de estabelecer novos padrões de qualidade do ar, no qual o valor permitido de poeira sedimentável no Estado será de 10 g/m2 em 30 dias – considerado insuficiente para diminuir a poluição.

A entidade entregou um folheto em que destaca “dez anos de descaso com a qualidade do ar” por parte de Renato Casagrande, desde os tempos em que era senador, passando pelo primeiro mandato como governador e os dois mandatos recentes. Entre as contradições destacadas está a nomeação de um ex-executivo da Vale na presidência do Iema, Alaimar Fiuza, em 2019, e o sancionamento da chamada “Lei da Devastação”, em 2023, que enfraqueceu o processo de licenciamento ambiental no Estado.

Em ofício ao governador enviado no último sábado (7), a Juntos SOS ES Ambiental destacou a necessidade de identificar o “DNA do pó preto” em Vitória, ou seja, a origem das fontes emissoras, e a aplicação de ações preventivas e corretivas por parte do poder público, de forma a mitigar a poluição.

O documento destaca que A Vale cumpriu, até o início deste mês de junho, apenas 25 das 48 metas (52%) acordadas no Termo de Compromisso Ambiental (TCA) para redução da poluição atmosférica na Grande Vitória, assinado em 2018. Já a ArcelorMittal, outra empresa poluidora que atua na Ponta de Tubarão, cumpriu 82 das 131 metas celebradas (62%).

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