Com o fim do planejamento estratégico do governo, realizado nessa sexta-feira (27) e sábado (28), a classe política aguarda com ansiedade quais serão os próximos passos. O governo sai choramingando a crise, jogando a responsabilidade futura para o governo federal, uma estratégia já bem conhecida do mercado político.
Como a economia capixaba é baseada em commodities, fica vulnerável ao mercado internacional e aí precisa de desculpas para assumir a responsabilidade por uma aposta econômica equivocada, que dá sinais de falência no mundo todo e que enfraquece o arranjo produtivo local.
Politicamente, os primeiros movimentos do governo trouxeram prejuízos internos, com desgastes com o funcionalismo, que não acredita mais no tamanho da crise, pregado pelo governo; e com a equipe que não parece no mesmo compasso da tal “chacoalhada” que Hartung previa para seu terceiro mandato.
Para fora também há problemas. A relação com a Assembleia não é a mesma de antes, muito pelo contrário. Os prefeitos estão engolindo a seco o tapinha nas costas e o pires vazio, não se sabe até quando haverá resignação, ainda mais com a disputa de 2016 batendo na porta.
E a relação com a sociedade também está longe de ser a ideal. Há manifestações pipocando por todas as partes, alunos que não querem projeto de vitrine; mães que não querem transferência de UTI infantil, população indignada com cortes na Segurança. Enfim, Hartung terá de repensar seus passos daqui para frente ou terá quatro anos difíceis e não será por causa da crise.
Fragmentos:
1 – O deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) ganhou destaque por não ter indicado emendas para o município da Serra. O pedetista ficou no centro dos holofotes porque é serrano, mas na verdade não foi o único a deixar a Serra fora das emendas.
2 – Na verdade, Magno Malta (PR) indicou R$ 500 mil e Iriny Lopes R$ 200 mil para a área de esportes, mas dividido com Vila Velha. O deputado Paulo Foletto (PSB) também colocou R$ 1 milhão.
3 – Os deputados mais ligados ao município preferiram apostar em outras bases. Assim como Vidigal, também não indicaram emendas para a Serra Carlos Manato (SD) e Givaldo Vieira (PT).