A executiva estadual do PPS se reuniu nesse sábado (8) na Câmara de Vitória para definir as estratégias do partido para as eleições municipais de 2016. O partido anunciou que irá trabalhar para garantir as reeleições de Luciano Rezende em Vitória e de Juninho em Cariacica. O partido quer ainda dobrar de 40 para 80 o número de vereadores. Adiantou também que há 13 nomes interessados na disputa a prefeito.
Apesar de tentar passar para seus correligionários um clima de otimismo em relação à disputa do próximo ano, o cenário político aponta para outra realidade. A tendência é que o PPS saia “menor” das eleições de 2016 em relação à disputa de 2012.
As ausências do prefeito Juninho e do deputado Amaro Neto na reunião deixam sinais importantes: ambos provavelmente não estarão na disputa de 2016 representando o PPS.
Amaro, sem dúvida, seria a principal perda para a legenda. Candidato mais votado na disputa à Assembleia em 2014, com mais de 55 mil votos, o PPS sentirá muito se perder esse extraordinário capital nas eleições 2016.
A ausência de Amaro na reunião da executiva estadual é sintomática. O PPS – cujo presidente estadual é o vereador Fabrício Gandini, mas que é comandado de fato pelo prefeito Luciano Rezende -, nunca tratou Amaro de acordo com sua estatura eleitoral.
Luciano, como estrategista do PPS, não se preocupou em criar as condições para manter o deputado-apresentador no partido. Ele ignora o fato de o deputado ser uma espécie de candidato coringa. Amaro, líder de audiência na TV Vitória com seu Balanço Geral, é um dos únicos nomes que poderia disputar as eleições num dos quatro municípios da Grande Vitória ser competitivo.
Estrela maior do PPS, Luciano sempre viu Amaro como ameaça à sua liderança no partido. Desde que passou a dar as cartas no PPS, o prefeito nunca admitiu que outras lideranças ganhassem espaço.
Isso ficou claro na disputa por espaço com Juninho. Embora o PPS conte com Juninho para manter a Prefeitura sob o comando do partido. Juninho deve esperar o momento mais conveniente para deixar o PPS; já Amaro terá de aguardar a “janela de transferência” se abrir para pular fora do partido. A proposta, já aprovada em primeiro turno pela Câmara em junho, abre um janela de 30 dias para os detendenrtores de cargo proporcionais mudarem de legenda. Quando aos prefeitos, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido em meio deste ano que a lei da infidelidade partidária não se aplica para o sistema majoritária: prefeito, governador, senador e presidente da República
Os dois nomes representariam perdas significativas para a legenda. A perda de Amaro nem se fala. O resultado espetacular nas urnas nas últimas eleições torna o deputado um nome extremamente competitivo, em qualquer um dos quatro municípios da Grande Vitória que decida disputar.
Juninho, de outro lado, mesmo com a popularidade em baixa, é uma perda para o partido, porque o PPS não tem hoje um nome mais forte para oferecer ao eleitorado cariaciquense.
Os equívocos estratégicos mostram que Luciano trabalha o partido para atender os seus interesses políticos, deixando a estratégia de fortalecimento do PPS em segundo plano.