Após uma denúncia de irregularidade na eleição interna de coordenador geral da Associação de Moradores de Jardim da Penha, as partes chegaram a um acordo e foi juntado ao processo o novo calendário eleitoral da Amjap. A escolha do novo coordenador será no dia 29 de junho, mas já provoca movimentações de bastidores e têm influência não só no bairro de 30.571 mil habitantes, mas também no cenário político do município. Este ano, além da tradicional disputa entre PT e PSDB, o PPS busca espaço político na coordenação da Associação.
A crise na AMJAP aconteceu no final do ano passado, na eleição interna para coordenador-geral da associação, que funciona em um modelo de revezamento, mudando o comando a cada seis meses. O diretor de Comunicação da entidade, Glauber Teixeira, foi eleito pela chapa majoritária, mas teria sido considerado pelo grupo petista como “oposição” ao se filiar ao PPS. Glauber denunciou na época que, na primeira reunião convocada para eleger o coordenador, colocou o seu nome à disposição.
O grupo do PT, ao ver que perderia a eleição se a chapa minoritária votasse nele, teria saído do espaço, quebrando o quorum mínimo. Após isso, em outro encontro para enfim definir a questão, o grupo majoritário teria “ressuscitado” um diretor que se ausentou por nove meses da AMJAP, o que, segundo o estatuto da entidade, acarretaria na expulsão do membro da diretoria. Com ele, o grupo petista venceu a eleição interna e garantiu a coordenação-geral para si.
Marcos Paulo Lacerda, que era o coordenador-geral antes do imbróglio, rechaçou a denúncia, afirmando que o diretor estava em licença médica durante o período e diz que todos que compõem a gestão sabiam do fato. Segundo ele, o que prova isso é a ausência de pedidos de substituição do diretor, que seria um procedimento natural se houvesse um abandono por parte de alguém.
Uma chapa esperada é a ligada ao vereador Marcelão Freitas e ao Secretário de Turismo do Estado Alexandre Passos, ambos do PT. Do outro lado, a chapa ligada ao vereador Luiz Emanuel Zouain, do PSDB, deve polarizar a disputa com a chapa petista. Mas o presidente da Câmara, Fabrício Gandini, do PPS, aliado de Glauber Teixeria, deve embolar a disputa.
O PT sempre teve muita força na Associação, mas a fadiga de material acabou desgastando o capital político de seu principal agente, Alexandre Passos. Hoje o grupo não é tão forte quanto antes. Já os aliados do PMDB tiveram um crescimento no bairro. Mas diante das movimentações políticas de Gandini e do fortalecimento do PPS na Capital, o grupo ligado ao vereador também pode surpreender, acirrando ainda mais a disputa.