Segunda, 29 Abril 2024

Ana Rita é a candidata da Articulação de Esquerda para presidir PT estadual

Ana Rita é a candidata da Articulação de Esquerda para presidir PT estadual

Depois da negativa da deputada federal Iriny Lopes, a Articulação de Esquerda (AE), tendência interna do PT, apresentou nesta sexta-feira (25) a candidatura da senadora Ana Rita Esgário para o Processo de Eleição Direta (PED) que acontecerá em novembro deste ano. A eleição define o novo presidente da legenda no Estado.



A candidatura apresenta cinco pontos fundamentais para que o PT possa discutir durante o PED. Além de Ana Rita, vão disputar a eleição para a presidência do partido no Estado, o ex-prefeito de Vitória, João Coser, da tendência Alternativa Socialista (AS); o subsecretário de Direitos Humanos, Perly Cipriano, da corrente Lulista, Construindo um Novo Brasil (CNB); e o presidente da CUT/ES, José Carlos Nunes, que pertence a um grupo dissidente da CNB.



No manifesto de sua candidatura, publicado na página da senadora no Facebook, a Articulação coloca os pontos que o grupo vai defender na disputa interna do PT. Ana Rita aponta a necessidade de o partido fazer com que a presidente Dilma Rousseff  vença a disputa à reeleição no Espírito Santo. Defende a manutenção do PT na chapa de reeleição do governador Renato Casagrande, tanto nas chapas majoritárias (governo e Senado) quanto proporcionais (Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa).



“Precisamos voltar a ser um partido que faz política também nos anos ímpares. Fazer política é ajudar a organizar a sociedade, para que a sociedade transforme a si mesma. Recusando o conceito de política adotado pelas classes dominantes, de acordos por cargos e verbas, com o objetivo de enriquecer, explorar e dominar”, diz o manifesto.



A corrente admite que o partido vem perdendo força social, política e organizativa, sendo transformado em ator secundário na política estadual e cita os exemplos desse processo de desgaste com a derrota de Dilma para José Serra em 2010 no Estado e o enfraquecimento nas eleições municipais de 2012, em, que o PT deixou de governar 30% da população do Estado e passou a governar apenas 10%.



Sem citar nomes, o manifesto destaca que ao mesmo tempo em que o partido se enfraqueceu no Estado, ganham força os projetos pessoais. “Na atual política do PT Estadual, o que cresce é a influência de interesses individuais, em detrimento dos interesses partidários. Isso tem levado a caminhos perigosos, em especial no campo das alianças, com alguns integrantes defendendo alianças eleitoreiras, nas quais o PT cumpre papel de linha auxiliar de outros projetos, muitas vezes diferentes e até contraditórios aos ideais do Partido dos Trabalhadores”.



Para recuperar os ideais e princípios partidários e fortalecer o PT, o grupo aponta cinco pontos a serem cumpridos pela nova direção do PT de 2014 a 2017, como a construção de um programa democrático e popular para o Estado, que oriente a atuação; a reconstrução do debate coletivo; a reaproximação com os movimentos sociais;  a reorganização e o fortalecimento do partido e a ampliação da força eleitoral do PT do ES, começando por uma vitória de Dilma nas eleições de 2014, mantendo presença nas chapas majoritárias.



O grupo destaca também o interesse em manter a senadora em Brasília, apoiando a reeleição de Ana Rita em 2014. Esse projeto vem sendo descartado pela atual direção do partido, que trabalha com a possibilidade de lançar Coser para a disputa ao Senado, negociando a candidatura com os demais atores políticos palacianos.



A candidatura da Articulação complica o projeto do ex-prefeito de Vitória de conseguir uma candidatura de consenso. Nos bastidores, a ideia é de que a vitória dele no PED é um fato consolidado, já que a eleição é direta e o ex-prefeito fez um trabalho de filiação muito forte no final do ano passado, buscando justamente criar um eleitorado para garantir o controle do partido.



Além disso, a candidatura de Nunes também se alinha com o projeto de Coser e há a possibilidade dos dois se unirem no processo. Isso não deve acontecer com a Articulação e com a candidatura de Perly, que querem levar para dentro do partido um debate mais profundo sobre a atuação do PT nos últimos anos e o papel a ser desempenhado em 2014.

 

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