Ao aceitar disputar o governo do Estado, João Coser manda recado para o PT capixaba
Nesse domingo (22), o jornal Folha de S. Paulo destacou o nome do ex-prefeito de Vitória João Coser como uma alternativa possível para o partido no Estado, com a possibilidade cada vez mais real de o governador de Pernambuco Eduardo Campos lançar candidatura a presidente, o que poderia afastar o PT do grupo do governador Renato Casagrande (PSB).
Provocado pela movimentação nacional, o ex-prefeito João Coser é destaque dos jornais desta terça-feira (24), afirmando que se essa for a decisão da Executiva Nacional do PT para garantir o palanque da presidente Dilma Rousseff, ele estará à disposição para a disputa.
Para os meios políticos, a fala de Coser tem um foco voltado para dentro do partido e não para o cenário eleitoral do próximo ano.
Isso porque, no mesmo domingo (22), Coser enfrentou fogo cruzado no primeiro debate entre as chapas que disputam a presidência do Partido. O debate, realizado em Guarapari, foi o primeiro de uma série. No evento, Perly Cipriano e a senadora Ana Rita, que também estão na disputa, chamaram o ex-prefeito à responsabilidade.
Na disputa interna, os adversários questionam Coser pelo número de filiações que seu grupo realizou no Estado. Como a eleição é direta, o número de filiados pesa na disputa. Só em Linhares, no norte do Estado, o grupo de Coser teria filiado mais de três mil pessoas. As filiações em massa no Espírito Santo foram alvo de denúncia no PT nacional.
O subsecretário de Direito Humanos do Estado, Perly Cipriano, candidato a presidente pela corrente lulista Construindo um Novo Brasil (CNB) chegou a responsabilizar Coser pela inércia política que tomou conta do PT capixaba nesta última década.
Essa inércia, segundo Perly, levou o PT no Espírito Santo a abdicar do papel de ser um partido de massa. A ligação do ex-prefeito ao grupo do ex-governador Paulo Hartung também foi questionada. O deputado estadual Claudio Vereza, da corrente Articulação de Esquerda, que tem como candidata a presidente a senadora Ana Rita, surpreendeu, endurecendo o discurso contra Coser.
Ele questionou a atuação do ex-prefeito que tem como aliados os útlimos presidentes do partido. Vereza que durante muitos anos foi do mesmo grupo que Coser criticou o caminho seguido pelo grupo de Coser no comando do PT capixaba.
Ele questionou a atuação do ex-prefeito que tem como aliados os útlimos presidentes do partido. Vereza que durante muitos anos foi do mesmo grupo que Coser criticou o caminho seguido pelo grupo de Coser no comando do PT capixaba.
O partido entende que no Espírito Santo a prioridade do PT é a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Mas há uma expectativa das lideranças em manter o partido no palanque do governador Renato Casagrande. Isso porque durante a última década o partido não preparou um nome em condições de disputar o governo.
Coser, que deixou a prefeitura da Capital em viés de baixa, não teria condições eleitorais de levar o pleito. Para as lideranças petistas, o clima pesado levou ao posicionamento de Coser. Se a nacional cogita o nome dele para a disputa, o grupo do ex-prefeito busca vencer a disputa interna para garantir uma movimentação que garanta a ocupação de espaços políticos na disputa do ano que vem.
Coser vinha se colocando como interessado à disputa ao Senado, mas as lideranças do Estado colocam o ex-prefeito como um possível candidato a deputado federal. Nas composições que vêm sendo cogitadas, o PT teria um papel secundário em todos os cenários.
Se Casagrande conseguir repetir o tripé partidário que o elegeu em 2010, com PT, PSB e PMDB, a vaga ao Senado estaria reservada para o ex-governador Paulo Hartung e o PT manteria a vice. Se o PT se unir ao PMDB no próximo ano, a chapa seria puro sangue, com o senador Ricardo Ferraço (PMDB) ao governo, Hartung na disputa ao Senado e o PT novamente na vice-governadoria.
Veja mais notícias sobre Política.
Comentários: