O recurso do deputado federal Givaldo Vieira apresentado à nacional do PT sobre a anulação de votos em sua chapa de delegados em 10 municípios do Estado foi, em parte, atendido e o petista volta para o jogo na disputa pela presidência estadual da sigla. Na próxima sexta-feira (5), acontece a segunda parte do Processo de Eleição Direta (PED) do partido. A nova disputa começa em empate técnico.
A nacional do PT confirmou a anulação da organização eleitoral em votos de militantes em Águia Branca, Alfredo Chaves, Barra de São Francisco, Brejetuba e Pinheiros. No último dia 18, a coordenação eleitoral anulou votos na chapa “Pra voltar a sonhar”, recebidas na primeira fase da disputa, no dia 9 de abril, quando foram escolhidos os presidentes e diretórios municipais e os integrantes das chapas de delegados que votam no próximo dia 5. Também haviam sido anulados votos em Governador Lindenberg, Ibatiba e Santa Teresa.
Com isso, a chapa de Givaldo que saiu do PED tem agora 48% dos delegados, não podendo assim ser aclamado presidente. A chapa do deputado estadual José Carlos Nunes, “Construindo um novo Brasil”, subiu de 28% para 30,7% e a do ex-prefeito de Vitória e atual presidente do partido João Coser, “Alternativa para o Espírito Santo”, subiu de 19,87% para 20,83%. A união dos dois adversários superaria Givaldo na nova disputa.
Mas a decisão da Nacional recoloca Givaldo no jogo. Ele passa a ter 123 delegados na chapa; Nunes 73; e João Coser, com 51 delegados, ou seja, somados, Coser e Nunes têm 124 contra 123 de Givaldo, configurando empate técnico para a nova fase. O placar apertadíssimo deixa o resultado completamente aberto, qualquer ausência ou cooptação de última hora pode definir a eleição do novo presidente. Neste sentido, ganha uma importância vital para as duas chapas a conquista dos votos da chapa do Trabalho, que tem apenas três decisivos delegados, que podem definir a eleição.
Enquanto Coser e Nunes devem se unir para tentar manter o controle do partido, que detém há cerca de duas décadas no Espírito Santo, Givaldo Vieira defende o rompimento do PT com o governo Paulo Hartung (PMDB), e uma reaproximação com a base do partido.