Fechada a série de avaliação da gestão dos sete principais municípios do Estado com as pesquisas do Instituto Futura, encomendadas pelo jornal A Gazeta, o mercado político observa o viés de baixa da popularidade do governador Paulo Hartung (PMDB).
Isso porque os dados desse instituto sempre pareceram favoráveis ao governador e seu grupo, mas as aprovações do governo girando na casa dos 30% na Grande Vitória acendem um sinal de alerta para a classe política. A aprovação do governador no primeiro semestre de seu governo, nos quatro principais municípios da Grande Vitória – Serra (31%), Vitória (34,4%), Cariacica (31%) e Vila Velha (23,8%) – deixam a desejar. O desempenho de ruim e péssimo do governador varia nos municípios entre 15%, e para a maioria ele é regular. Os números são baixos para um governo que está apenas começando e preocupam os possíveis parceiros do governador na disputa do próximo ano.
Essa preocupação é sobre as vantagens e desvantagens que o capital político de Hartung pode trazer para os futuros candidatos. Neste contexto, algumas lideranças podem avaliar se é mesmo vantagem ter o governador no palanque no próximo ano. Ainda mais com as lideranças que estão em desgaste com o eleitor.
O caso mais emblemático é o de Vila Velha em que o governador sequer chega aos 30% de aprovação. Esse desempenho pode ser explicado pelo fato de o atual prefeito, Rodney Miranda (DEM) – que é aliado do governador e tem uma identidade política que cola às imagens dos dois –, ter um desgaste bem acentuado.
Neste contexto, a situação do governador também é complicada, já que ele perdeu a eleição em dois municípios da Grande Vitória – Serra e Vila Velha (os dois maiores colégios eleitorais do Estado) – e nos demais também teve um desempenho bem diferente do interior. Ele precisa reverter a baixa verificada na eleição. O problema é a falta de tempo e de recursos.
Com o discurso de crise, se o governador começar a injetar recursos em municípios de seus aliados pode criar uma situação desconfortável com os que não forem contemplados e isso pode se transformar em desgaste com o eleitorado.