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Articulação de Esquerda critica ‘escolhas’ do PT no processo eleitoral deste ano

Na reunião da Executiva do PT capixaba, na noite dessa segunda-feira (3), integrantes da corrente Articulação Esquerda (AE) entregaram um documento à direção do partido que deve ser repercutido na reunião do diretório do partido marcada para o próximo dia 15. O documento faz uma série de críticas ao comportamento do PT no processo eleitoral. 
 
A corrente destaca que no primeiro turno das eleições o desempenho do partido ficou bem abaixo do esperado no Estado. Na majoritária, registra o documento, o candidato do PT ao governo do Estado, Roberto Carlos, obteve 6% dos votos, o pior desempenho entre os petistas que disputam o cargo no País. Na disputa ao Senado, o presidente do partido, João Coser ficou em terceiro lugar, com 20,16%. 
 
A corrente faz questão de destacar que o partido “perdeu” a vaga no Senado, já que hoje a cadeira é ocupada pela senadora Ana Rita, que assumiu na suplência de Renato Casagrande. Em disputa proporcional, a corrente destacou no documento a diminuição de votos dos candidatos em relação a 2010, mesmo considerando que o partido aumentou sua representação na bancada, com dois deputados federais: Helder Salomão e Givaldo Vieira — atualmente só tem Iriny Lopes.
 
O partido, em compensação, perdeu uma cadeira na Assembleia, em relação a 2010. Elegeu nessa eleição três deputados: José Carlos Nunes, Padre Honório e Rodrigo Coelho (reeleito). “Ignorar esses números e aceitar que tudo está bem é um erro, que pode nos levar, cada vez mais, a resultados negativos”, adverte o documento.
 
A corrente aponta os motivos do encolhimento do partido. Desde meados de 2006, quando uma maioria do PT optou por ingressar no governo Paulo Hartung, a cúpula do partido tem mantido a preferência por alianças com o PMDB capixaba.
 
Sob o argumento de que o PMDB faz parte da base de Dilma Rousseff, por isso a composição é natural, as idiossincrasias locais são ignoradas. Isso porque o PMDB capixaba não tem afinidade com as políticas defendidas pelo PT. Além disso, em nível nacional é o PMDB que apoia o PT e não o contrário.
 
No Espírito Santo, o PMDB representa o projeto da direita e das elites econômicas do Estado, uma condição que torna Paulo Hartung um adversário e não um aliado. O documento da Articulação destaca o apoio à candidatura do tucano Aécio Neves, uma composição que teve um efeito danoso sobre o PT Capixaba. 
 
O documento relembra ainda a mudança de rumo do partido no Estado, que no início de 2014 em seus encontros regionais apontou como prioridades a reeleição de Dilma, a aliança com o governador Casagrande (PSB) ao governo do Estado, a manutenção da vaga no Senado e a ampliação das bancadas parlamentares. 
 
Mas a militância observou durante o processo eleitoral o foco da direção do partido na disputa ao Senado, um “cutucão” explícito a João Coser. Mesmo com a anuência da nacional em aceitar a proposta de Casagrande de manter a aliança com o PT, com uma postura de neutralidade no palanque, a direção do partido insistiu nas conversas com Paulo Hartung.
 
Isso levou o PT a um isolamento, já que Hartung anunciou a aliança com o PSDB, impossibilitando o apoio à candidatura do PT no Estado. Também mereceu menção a estratégia de Coser de aliança clandestina com o palanque de Hartung e a predileção pelo projeto pessoal em vez do fortalecimento do partido no processo eleitoral. 
 
A corrente encerra o documento alertando para a necessidade de o partido se unir em torno de um projeto político para o Estado e estabelecer de forma clara quem são os aliados e quem são os adversários do PT no Espírito Santo.

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