Quarta, 01 Mai 2024

Ato no TJES protestará contra lei que proíbe carrinhos de recicláveis

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Representantes do Psol e do Grupo de Assessoria Jurídica Popular Capixaba (Gajupoc) farão um ato simbólico na próxima segunda-feira (3), em frente ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), para marcar o protocolo de uma ação de inconstitucionalidade da lei que proíbe a circulação de carrinhos de catadores de recicláveis em algumas localidades de Vila Velha.

O ato está previsto para as 13 horas e deve contar com a presença da deputada estadual Camila Valadão (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, segundo informações dos manifestantes, liderados por Ane Halama, presidente estadual do partido.

"A lei é claramente inconstitucional, conforme já foi apreciada pelos tribunais de outros estados e pelo próprio Supremo Tribunal Federal (STF). Além dos fundamentos jurídicos sobre a ilegalidade, é também cruel e preconceituosa. Cruel, pois tira o único meio de subsistência dessas pessoas que, se pudessem, estariam em um trabalho com melhores condições e remuneração; e preconceituosa, pois tem como objetivo impedir a circulação dessas pessoas na cidade, como se a presença delas causasse algum mal", afirma Ane.

Ela aponta dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mostram que, muito pelo contrário, "quase 90% do material reciclado no Brasil vêm das mãos calejadas dos catadores de material reciclável. Esperamos a sensibilidade dos desembargadores do TJES, com o fim de suspender os efeitos da lei até que ela seja considerada inconstitucional, pois, do contrário, essas pessoas vão passar fome e a fome tem pressa", destaca.

A Lei nº 6.803 passou a valer em março deste ano e proíbe a circulação dos carrinhos em um raio de 300 metros dos terminais de transporte público instalados no município, além das vias urbanas, nesse caso, via arterial, coletora e da orla marítima. Nas vias rurais, a proibição é nas rodovias. Caso haja descumprimento, o condutor poderá ser penalizado com pagamento correspondente a 100 VPRTMs (Valor Padrão de Referência do Tesouro Municipal), "a ser cobrado em dobro a cada reincidência, além de apreensão do carrinho e de arcar com despesas de remoção e estada do carrinho".

A medida da gestão de Arnaldinho Borgo (Podemos) estabelece ainda que, "no caso de não ser reclamado e retirado dentro do prazo de 10 dias úteis, a contar da apreensão, o carrinho poderá ser desmontado e suas peças encaminhadas às associações que trabalham com materiais recicláveis devidamente credenciadas pelo município".

A Defensoria Pública do Estado, por meio da Coordenação e Núcleo de Direitos Humanos, e a Defensoria Pública da União entraram com uma Ação Civil Pública, com tutela de urgência, para que seja afastada a aplicação da lei. As instituições pedem seja feito um cadastramento dos catadores de recicláveis, forneça equipamentos individuais de proteção e apresente um plano de trabalho, em até 60 dias, contendo projetos de inclusão, educação e empreendedorismo. De acordo com a Defensoria Pública, o município de Vila Velha não realiza programa que promova ou incentive a coleta de resíduos sólidos para a população em situação de rua.

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Comentários: 1

Corretor Autônomo com muito orgulho em Segunda, 03 Julho 2023 14:21

O mercado imobiliário de Vila Velha querendo expulsar os pobres da rua, principalmente na orla. Para não ficar muito feito eles não colocaram a região geográfica que não queriam que circulassem, pediram então uma lei que impedisse o problema na orla, principalmente nos m² mais valorizados. Essa ação visa melhorar o resultados dos investimentos especulativos imobiliários na orla de Vila Velha que se tornou o filão econômico do momento, pois de gerar saídas mais inclusivas, tecnologia inovadoras, as elites locais apenas reproduzem as velhas lógicas clientelistas de valorizar áreas por um período e lucrar em cima até se transformarem num caos urbano como Praia da Costa e Jardim Camburi. E vão criticar os pobres pela circulação na cidade. É muita desfaçatez de uma gentinha sem criatividade, conservadora e repetidora das velhas lógicas especulativas que não agregam a sociedade, mas apenas ao seu grupo de interesses.

O mercado imobiliário de Vila Velha querendo expulsar os pobres da rua, principalmente na orla. Para não ficar muito feito eles não colocaram a região geográfica que não queriam que circulassem, pediram então uma lei que impedisse o problema na orla, principalmente nos m² mais valorizados. Essa ação visa melhorar o resultados dos investimentos especulativos imobiliários na orla de Vila Velha que se tornou o filão econômico do momento, pois de gerar saídas mais inclusivas, tecnologia inovadoras, as elites locais apenas reproduzem as velhas lógicas clientelistas de valorizar áreas por um período e lucrar em cima até se transformarem num caos urbano como Praia da Costa e Jardim Camburi. E vão criticar os pobres pela circulação na cidade. É muita desfaçatez de uma gentinha sem criatividade, conservadora e repetidora das velhas lógicas especulativas que não agregam a sociedade, mas apenas ao seu grupo de interesses.
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Quinta, 02 Mai 2024

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