Desde o primeiro mandato do governador Paulo Hartung (PMDB), o arranjo institucional por ele criado, teve na Assembleia uma grande parceira graças aos afagos do governador aos deputados estaduais em suas bases. Mas desde o ano passado o comportamento da Assembleia tem mudado em relação ao governador.
No plenário existe um grupo bem marcado que se assume como oposição ao Palácio Anchieta, caso dos deputados Sergio Majeski (PSDB), Theodorico Ferraço (DEM) e dos pedetistas Euclerio Sampaio e Josias Da Vitória. O grupo vem fazendo críticas sistemáticas ao governador Paulo Hartung (PMDB) e sua equipe de governo.
Mas eles não são os únicos descontentes com o governo. Nos corredores, os comentários são de que hoje o governador não conta mais com o apoio irrestrito de dois terços da Casa. O abalo na relação de fidelidade com o Palácio Anchieta pode ser observada até mesmo nos debates em plenário. Se antes a base de Hartung se apressava em fazer a defesa do governo diante de críticas dos parlamentares opositores, hoje a situação é diferente.
Fora alguns aliados mais próximos, o governo tem enfrentado críticas até mesmo de deputados da base. Os motivos são a briga cada vez mais acirrada dos parlamentares com os secretários do governo, que têm andado pelas bases dos deputados e a falta de empenho das emendas parlamentares do orçamento, que tem deixado os deputados sem ter o que entregar aos seus eleitores.
O risco iminente de entrar na disputa pela reeleição em desvantagem em relação a secretários que também vão disputar vagas na Assembleia e contam com a estrutura do governo para fazer entregas tem tirado os parlamentares do sério. Ainda tentam preservar o governador das críticas, mas essa blindagem pode ter prazo de validade se a situação se complicar para os deputados no ano eleitoral.
Já o governador Paulo Hartung não parece dar importância ao esperneio da Assembleia. Entendendo que as entregas dos secretários dão mais retorno político ao governador do que as movimentações dos deputados, Hartung tem feito ouvidos de mercador para as lamúrias vindas da Assembleia e continua incentivando seus secretários a correr o Estado, sem qualquer cuidado de esbarrarem nas bases dos deputados.