O deputado federal Lelo Coimbra (PMDB) é a principal aposta do mercado político para vir a integrar a equipe do governador eleito Paulo Hartung (PMDB). Devido ao compromisso com o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), Hartung deve acomodar a mulher do demista, a ex-prefeita de Itapemirim Norma Ayub (DEM), que é primeira suplente de deputada federal.
A movimentação inicial se deu na direção do deputado reeleito Jorge Silva (Pros), mas ele não estaria disposto a trocar Brasília por uma pasta no governo Hartung. O deputado Carlos Manato (SD) vem se oferecendo para a pasta da Saúde há um bom tempo, mas a secretaria estaria na mira do vice-governador eleito, Cesar Colnago (PSDB).
Neste sentido, o nome mais cotado para ficar no Estado é Lelo Coimbra. Essa movimentação seria benéfica para os dois lados. Em favor de Ferraço, abriria a vaga para Norma Ayub, que precisa se fortalecer para a disputa municipal de 2016, contra o atual prefeito do município, Luciano Paiva (PSB).
Além de derrotar um socialista, o governador Paulo Hartung também deixa Lelo mais próximo do Estado e pode, assim, articular o processo de construção de uma candidatura do deputado à Prefeitura de Vitória. Isso porque, os comentários nos meios políticos são de que Lelo seria um trunfo de Hartung na disputa para evitar a reeleição do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), com quem está rompido desde a disputa municipal de 2012.
Além de Luciano Rezende, a preocupação de Hartung estaria na possibilidade de seu mais recente desafeto, o governador Renato Casagrande (PSB), também vir a disputar a segunda maior vitrine política do Estado, depois do Palácio Anchieta.
O perfil de Lelo Coimbra favorece ainda a aposta dos meios políticos. Vice-governador de Hartung em seu primeiro mandato, Lelo assumiu a Casa Civil. No segundo mandato, já como deputado federal eleito com o apoio do governador, o peemedebista assumiu a Secretaria de Educação.
Mas para os observadores, esse não deve ser o destino do deputado federal. Em sua passagem pela Secretaria, ele acumulou denúncias de irregularidades que, inclusive, levaram o Ministério Público Eleitoral (MPE) a pedir a impugnação de sua candidatura na eleição deste ano. Lelo conseguiu reverter as denúncias na Justiça Eleitoral, mas um retorno ao comando da pasta seria um risco político para o governador, que poderia trazer em vez de fortalecimento do aliado, desgastes políticos.
