Depois do sangrento processo eleitoral de 2012 em Vitória, a preocupação do prefeito Luciano Rezende (PPS) sempre foi com os adversários daquele ano, que poderiam voltar a enfrentá-lo em 2016. Mas esta não é a única ameaça à sua campanha à reeleição. A tendência política da cidade em buscar nomes novos na política pode influenciar no processo eleitoral do próximo ano.
Neste sentido, a expectativa é de que o prefeito precise novamente do apoio de Renato Casagrande (PSB) para fortalecer seu palanque eleitoral ou ficará sozinho na disputa. Hoje o prefeito vive um momento de trégua com parte da imprensa, que nos dois períodos eleitorais em que participou (2008 e 2012) prejudicou seu desempenho eleitoral.
Exemplo disso foi a divulgação na véspera da eleição de uma pesquisa no jornal A Gazeta, que apontava uma virada do candidato tucano na disputa, Luiz Paulo Vellozo Lucas. Essa trégua, porém, tem data para acabar. Isso porque, contra ele estará o nome apoiado pelo governador Paulo Hartung (PMDB) na Capital, que pode ser um de seus adversários ou uma figura nova.
Neste movimento cabe também a influência da imprensa aliada de Hartung. Isso diminui a base de sustentação da imagem da gestão de Luciano Rezende. A favor do prefeito haverá o bom tempo de TV, se somadas as legendas de PPS, PSB e PP, partidos que devem estar com ele na disputa à reeleição.
A dificuldade estará nos nomes novos que poderão surgir, como o diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Fabiano Contarato, e do deputado estadual Sérgio Majeski (PSDB), que nos meios políticos hoje são apontados como lideranças com musculatura para entrar no jogo eleitoral da Capital, pela projeção que seus nomes ganharam com a população.
Quanto às lideranças antigas da cidade, pesa sobre elas a fadiga de material. O deputado federal Lelo Coimbra (PMDB) está em campo para a disputa do próximo ano, mas depende dos votos de Hartung para se eleger. Uma retomada da dicotomia PT e PSDB, que dominou a cidade por quase um quarto de século, não é bem aceita. Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), embora reconhecido como um bom gestor, tem o ônus de acumular derrotas nas últimas eleições que disputou. Já o petista João Coser tem os efeitos dos desgastes políticos do PT nacional, o que também o prejudica na disputa.
Rezende, apesar de estar em sua primeira gestão à frente da cidade, também é um nome conhecido do mercado político local, não é mais a cara da renovação, o que também diminui seu capital. O reforço no palanque com o ex-governador pode ajudar na campanha, já que Casagrande teve um desempenho muito forte na disputa contra Hartung na Capital, quando os dois empataram em número de votos.