O estado de calamidade pública financeira decretado nessa terça-feira (17) pelo prefeito de São Mateus, norte do Estado, Daniel da Açaí (PSDB), acende um sinal de alerta nos meios políticos. O Estado tem boa parte dos municípios em situação crítica em relação às finanças e a questão que fica é a seguinte: e se a moda pega? Uma onda de decretos pode ser deflagrada e respingar no governo do Estado.
O governador Paulo Hartung (PMDB) vem vendendo nacionalmente a ideia de que o Espírito Santo está em uma situação financeira controlada em relação aos demais estados, mas a situação difícil dos municípios mostra que o governo não vem ajudando as prefeituras. Muitos prefeitos empossados no dia 1º de janeiro herdaram dívida de seus antecessores e com a crise econômica não estão conseguindo equilibrar as contas públicas.
Hartung que vem investindo em sua imagem em nível nacional, tentando se colocar como um grande gestor em momento de crise precisa que o jogo fique equilibrado em todo o Estado. A crise nos municípios pode trazer desgastes para essa imagem que o governador tenta vender para o País.
Dos 78 prefeitos do Estado, 16 foram reeleitos e também precisam de ajuda para iniciarem seus segundos mandatos. Os demais ainda tentam avaliar os recursos disponíveis em caixa. E não foi por falta de pedido de socorro. Desde a eleição, os prefeitos vêm buscando conseguir ajuda do governo do Estado, mas está difícil.
Antes mesmo da posse, o governo do Estado reuniu a prefeitada em um encontro em Vitória. Os gestores ouviram da equipe de Hartung a necessidade de cortar gastos, de serem criativos, de enxugarem a máquina e ainda buscarem parcerias privadas para as soluções de problemas. Ajuda financeira, porém, não deve ser conseguida com o governo.