Pelo menos 13 nomes são cotados para disputa por duas vagas no Espírito Santo

As duas cadeiras do Senado Federal que estarão em disputa nas eleições de 2026 estão entre as mais disputadas entre políticos do Espírito Santo, como pelos 13 nomes cotados. Para muitos deles, o cargo parece ter virado quase uma obsessão. É o caso do deputado estadual Callegari, de saída do Partido Liberal (PL) por falta de espaço para as suas pretensões.
Callegari confirmou à imprensa que está de saída do PL, e o novo destino deve ser o Democracia Cristã (DC), um partido bem menor. A troca partidária teria o aval do senador Magno Malta, presidente estadual do PL, tirando o risco de perda de mandato por infidelidade partidária.
Magno Malta, principal figura do PL capixaba, tem bancado e investido na pré-candidatura de sua própria filha ao Senado, Maguinha Malta, fechando espaço para Callegari. O deputado estadual já vinha conversando com outras siglas nos últimos meses, apesar de negar em público, repetidas vezes, que fosse abandonar o Partido Liberal.
Mesmo com as negativas, o distanciamento entre Callegari e Magno Malta era cada vez mais nítido. No último dia 12 de julho, por exemplo, o deputado estadual organizou o evento “Base Conservadora III” na Câmara de Vitória, com a presença de diversas figuras da extrema direita – dentre elas, o prefeito de Vitória e pré-candidato a governador, Lorenzo Pazolini (Republicanos) – e chamou a atenção, porém, a ausência de Magno, que teria sido convidado a participar.
O Senado não parece ter sido o único ponto de desencontro dentro do PL. Conforme apuração de Século Diário, o vereador Coronel Fabrício, de Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado), foi convidado por Gilvan da Federal (deputado federal) para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa no ano que vem. Fabrício, inclusive, estaria se articulando com Magno e Maguinha Malta.
Acontece que o presidente do PL em Cachoeiro é Callegari, que pretende apoiar Léo Camargo (ex-vereador cachoeirense e segundo colocado na eleição para prefeito em 2024) como candidato a deputado estadual. Obviamente, há espaço para ele e Fabrício se candidatarem simultaneamente, mas disputariam votos no mesmo reduto eleitoral.
Callegari teve conversas com partidos maiores que o Democracia Cristã, como Republicanos e Novo, mas que não parecem dispostos a bancar sua candidatura. O Novo, inclusive, tem um pré-candidato a senador, o vereador de Vitória Leonardo Monjardim, que tem se articulado com Magno e Maguinha Malta.
Lista cheia
Os dois senadores que deverão tentar a reeleição são Fabiano Contarato (PT) e Marcos do Val (Podemos), eleitos em 2018 na onda de renovação política pós-Operação Lava Jato. Contarato é acusado de “estelionato eleitoral” pela direita, por ter migrado para o Partido dos Trabalhadores e ter mostrado perfil progressista durante o mandato. Do Val, que ganhou uma tornozeleira eletrônica após viagem não autorizada aos Estados Unidos, tem sido renegado por boa parte dos bolsonaristas.
O deputado federal Evair de Melo (PP) também poderá aparecer como candidato a senador. Resta saber se ainda estará filiado ao Progressistas ou não. O partido faz oposição ao presidente Lula a nível federal, mas é da base do governador Renato Casagrande (PSB) em âmbito estadual. Inclusive, o deputado federal Da Vitória, presidente estadual da federação União Progressista (UP), é outro cotado para o Senado – hoje se diz alinhado ao palanque do grupo de Casagrande, mas também transita na oposição liderada por Pazolini.
Ainda no campo de oposição, o deputado estadual Sérgio Meneguelli (Republicanos), ex-prefeito de Colatina, é outro que se coloca como pré-candidato a senador. Meneguelli já queria ter se candidatado para o cargo em 2022, mas foi barrado pelo seu partido. Agora, está disposto a mudar de sigla se for necessário, tendo recebido um convite do presidente estadual do Partido Social Democrático (PSD), Renzo Vasconcellos, atual prefeito colatinense.
Leonardo Monjardim articula uma dobradinha com Maguinha Malta, a escolhida de Magno Malta. Além de Callegari, o ex-deputado Carlos Manato, segundo colocado na eleição para governador em 2022, também procura outro partido para concorrer ao Senado, já que rompeu com Magno e não tem chances de se candidatar pelo PL, onde continua filiado.
No campo de situação, o governador Renato Casagrande, prestes a encerrar seu terceiro mandato (segundo consecutivo), é o principal pré-candidato a senador, com grandes chances de se eleger. A ex-senadora Rose de Freitas (MDB), derrotada em 2022, também tem dito que pretende se candidatar para o cargo novamente em 2026.
Outro que diz sonhar com uma candidatura a senador é o experiente Enivaldo dos Anjos (PSB), prefeito reeleito de Barra de São Francisco, no noroeste do Estado, e ex-deputado estadual. Enivaldo trata uma possível eleição ao Senado como coroação final da carreira política.
Quem também se lançou como pré-candidato a senador recentemente foi o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), que tem amargado derrotas consecutivas nas últimas eleições. O seu último mandato foi como deputado federal, de 2007 a 2011.