A Câmara de Linhares aprovou, à unanimidade, na noite dessa segunda-feira (8), as contas do ex-prefeito José Carlos Elias (PTB) relativas ao exercício de 2006. A aprovação das contas de Elias criou uma situação política de efervescência na cidade. Isso porque, os vereadores deram tratamento diferentemente às contas do ex-prefeito Guerino Zanon (PMDB), relativas ao ano de 2011.
O curioso é que, assim como aconteceu com as contas do peemedebista, o parecer técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCES) foi pela rejeição. O ex-prefeito, porém, recorreu ao plenário da Corte, que reconsiderou o parecer e aprovou as contas de Elias.
As irregularidades encontradas pelos técnicos do TCES tratam da aplicação de limite no Ensino Fundamental. A defesa do ex-prefeito apontou o princípio da insignificância, que depende do valor da diferença apurada, com a tese de que a diferença não significou lesão ou dano significativo aos bens jurídicos relevantes para a sociedade, considerando ter havido apenas falha procedimental.
Politicamente, a decisão da Câmara causa burburinho na cidade porque pode abrir um precedente para que Guerino Zanon recorra da decisão da Câmara de abril passado, que rejeitou suas contas, colocando o peemedebista em situação delicada para a disputa eleitoral do próximo ano. Se o grupo de Zanon entender que houve dois pesos e duas medidas na decisão da Câmara, certamente vai espernear.
Isso porque, a rejeição da contas se configura condenação colegiada. Nesse caso, Zanon fica barrado na Lei Ficha-Limpa e fora da eleição do próximo ano. Zanon é apontado como um forte concorrente contra a atual gestão de Nozinho Corrêa (PDT). Já o ex-prefeito José Carlos Elias tem problemas com a candidatura porque ainda está inelegível por improbidade administrativa.
Por isso, para as lideranças locais, a participação de Elias independe da apreciação das contas pelo legislativo. Mas no caso de Zanon, a movimentação tirou um favorito da disputa eleitoral com o atual prefeito Nozinho Corrêa, que poderá disputar a reeleição mesmo sem o apoio do partido e com a administração mal avaliada pela população.