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Câmara rejeita voto impresso com apenas um não da bancada capixaba

Dos 10 deputados do Estado, Helder Salomão foi o único a votar contra a proposta defendida por Bolsonaro

O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, na noite desta terça feira (10), a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Voto Impresso (135/19), com o placar de 229 votos favoráveis, 218 contrários e 1 abstenção. Como não atingiu o mínimo de 308 votos favoráveis, o texto será arquivado. O resultado, que impõe derrota ao presidente Jair Bolsonaro, também contraria posicionamento da bancada capixaba. Dos 10 parlamentares do Estado, somente Helder Salomão (PT) votou para derrubar a proposta.

Os favoráveis à PEC foram Amaro Neto (Republicanos), Soraya Manato (PSL), Norma Ayub (DEM), Neucimar Fraga (PSD), Lauriete (PSC), Da Vitória (Cidadania), Ted Conti (PSB) e Evair de Melo (PP). Já Felipe Rigoni (sem partido), segundo o painel da Câmara, não votou. Ao todo, 448 votos foram computados, o que representa 64 ausências.


O projeto, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), determinava a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor” independentemente do meio empregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos. 

Nos últimos dias, tornou-se bandeira do presidente e de seus apoiadores, inclusive com a realização de protestos nas ruas, como também registrado no Espírito Santo. Sem apresentar provas, Bolsonaro vem apontando fraude no sistema de votação por meio da urna eletrônica, com acusações a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A mudança, caso aprovada, passaria a valer nas eleições de 2022.

Antes da votação, a maioria dos partidos com representação na Câmara orientou pela rejeição da PEC, como o PT, PL, PSD, MDB, PSDB, PSB, PDT, Solidariedade, Psol, Avante, PCdoB, Cidadania, PV e Rede. Já o PSL, Republicanos e Podemos orientaram o voto favorável ao texto, enquanto o PP, PSC, Pros, PTB, Novo e Patriota liberaram suas bancadas.

Nas redes sociais, Helder reforçou a derrota de Bolsonaro e afirmou que “venceu a democracia”. A votação desta terça-feira é a terceira derrota do voto impresso na Câmara, já que o tema foi rejeitado em duas votações na comissão especial na semana passada, e ocorre no mesmo dia em que Bolsonaro patrocinou um desfile de tanques e armamentos das Forças Armadas, motivo de duros discursos de parlamentares no Congresso Nacional.

No último dia 5, a comissão especial já havia rejeitado o parecer do deputado Filipe Barros (PSL-PR), cujo substitutivo propunha a contagem pública e manual dos votos a partir de cédulas impressas no momento da votação. No dia seguinte, o colegiado aprovou parecer do deputado Raul Henry (MDB-PE), que recomenda a rejeição também da proposta original.


Após a derrota, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, afirmou “que o assunto está encerrado” e que o resultado é “soberano, altivo e democrático”.

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