Delegado Pazolini e João Coser são duas opções para modelos distintos de administração pública
Duas grandes carreatas pelas ruas da cidade marcam o final da campanha eleitoral de João Coser (PT) e o Delegado Pazolini (Republicanos) antes de votação do segundo turno, que definirá o prefeito de Vitória. No domingo (29), João vota às 9h30, na escola Otto Edwald Júnior, no bairro Itararé; Delegado Pazolini às 10 horas, na Faculdade de Direito de Vitória (FDV). O resultado do pleito abre, ao mesmo tempo, perspectivas para a sucessão do governador Renato Casagrande (PDSB) e do presidente Jair Bolsonaro em 2022.
A carreata de Pazolini se concentra às 14 horas no Sambão do Povo e pretende percorrer toda a ilha de Vitória, passando também pelo continente; a de João sai de Jardim Camburi, o bairro mais populoso, e também passa por toda a cidade. Jogam a última cartada na tentativa de motivar o eleitor, um tanto ausente no primeiro turno, quando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) registrou 63.9 mil abstenções, (25,45 % do total do eleitorado), 7.6 mil votos em branco e 8.5 mil nulos.
Já o Delegado Pazolini, afirma: “Apresentamos propostas, conversamos, ouvimos a população. Isso é resultado de um esforço coletivo, de muitas pessoas. No domingo, pedimos o voto de cada um que deseja uma Vitória mais justa, eficiente, moderna, de paz e igualdade”.
Mais do que uma eleição, neste domingo será feita a escolha entre dois modelos de administração pública, que poderá contribuir, juntamente com capitais como São Paulo e Recife, para alterar a política ultraliberal da gestão Bolsonaro, marcada pelo aumento do desemprego, inflação, excesso de privatizações de empresas estatais, desrespeito ao meio ambiente e à soberania nacional, além de casos de corrupção. Ou uma gestão mais progressista, voltada para implantar melhorias no campo social, com impactos positivos na economia e no meio ambiente.
De um lado, um jovem político de 38 anos apoiado por grupos diretamente relacionados à gestão Bolsonaro, que o esforço do candidato republicano não consegue esconder; de outro, uma experiente liderança alimentada por forças progressistas que vão além do seu partido, as quais ele acolhe e divulga em sua campanha, no esforço para reduzir o antipetismo resultante da onda neoliberal que varreu o país a partir de 2012.
O Delegado Pazolini tenta construir uma imagem de político sem grupos, diferente da campanha a deputado estadual de 2018, quando se apesentava colado ao então senador Magno Malta (PL), rejeitada nas urnas, uma das estrelas do bolsonarismo. Da mesma forma, descolou-se das forças que em setembro desse ano formalizou sua candidatura a prefeito, ungida pelo presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira, subalterno do megaempresário Edir Macedo, da Igreja Universal do reino de Deus.
Delegado da Polícia Civil desde 2007, deputado estadual eleito em 2018, Pazolini é ex-auditor de controle externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo. Na Assembleia Legislativa de Vitória, é presidente da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Políticas sobre Drogas, vice-presidente da Comissão de Educação e membro da comissão de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos. Concorre na coligação MDB/Republicanos/DEM/PTC/Solidariedade. Sua candidata a vice é Estéfane Ferreira (Republicanos).