O governador Renato Casagrande (PSB) se mostrou bastante irritado com as críticas que o ex-governador Paulo Hartung fez ao seu governo nesse domingo (29), durante a convenção estadual do PMDB, que confirmou sua candidatura ao Palácio Anchieta.
Em coletiva na tarde desta segunda-feira (30), exclusivamente para rebater as críticas, Casagrande classificou os ataques ao seu governo como “oportunismo eleitoreiro”. Disse que se sentiu no direito de defender seu governo das inverdades ditas por Hartung. “Ele [Hartung] fez ataques ao governo para justificar a candidatura de um projeto pessoal, ancorado em argumentos falsos”, protestou.
Ele afirmou que durante esses três anos e meio governou sem se preocupar em dar publicidade ao espólio do antecessor, que apresentava problemas em diversas áreas, sobretudo na social. “Preocupei-me em olhar para frente. Não fiquei olhando para o retrovisor”.
Casagrande admitiu, pela primeira vez, que seu antecessor deixou um “passivo social muito grande”, especialmente nas áreas de segurança, saúde, educação e mobilidade urbana.
O governador deu especial destaque à área de segurança pública. Ele disse que nos oito do governo Hartung o Estado não criou nenhum programa de enfrentamento à violência. Registrou que não houve reposição dos efetivos. Lembrou que em 2009, penúltimo ano do governo Hartung, 2034 pessoas foram assassinadas no Estado. “Acho que desde a colonização do Espírito Santo nunca teve tantos homicídios”, cutucou.
Em seguida enumerou as ações do seu governo na segurança. Destacou a criação do programa Estado Presente e os concursos que promoveu para repor os efetivos das policiais Civil e Militar.
O governador reconheceu que os índices de homicídios ainda são altos (segundo do País). Justificou que, em função da área ter sido negligenciada durante oitos anos, só agora está conseguindo reduzir, aos poucos, a violência.
Casagrande recorreu à mesma linha de discurso para apontar o passivo deixado por Hartung nas áreas de saúde, educação e mobilidade urbana. Ele esclareceu que o antecessor deixou projetos começados. Disse que foi obrigado a refazer projetos executivos que estavam equivocados para poder dar continuidade às obras. Citou o Cais das Artes, o Estádio Kléber Andrade, Hospital São Lucas e o Corredor Leste-Oeste como exemplos de projetos mal elaborados que precisaram ser refeitos pelo seu governo.
Casagrande disse ainda que a unanimidade acabou devido ao próprio processo. “Não houve um ato. Isso mudou do final do ano para cá, quando ele [Hartung] decidiu ser candidato”.
O governador afirmou que diante de novos ataques ao seu governo continuará reagindo desta mesma forma, esclarecendo a verdade à população de forma respeitosa. “Vou continuar olhando para frente, mas também vou olhar para trás. A partir de agora será necessária a comparação”, avisou.