Segunda, 29 Abril 2024

Casagrande deve usar recesso para reagrupar deputados da base na Assembleia

O furacão que passou pela Assembleia Legislativo, que permaneceu 12 dias ocupada em decorrência dos desdobramentos dos protestos de rua, abalou a base governista, que não resistiu e acabou rachando. A fenda principal foi justamente onde ela parecia mais sólida, na aliança com o PT. 
 
Para piorar as coisas para o governador Renato Casagrande, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), resolveu se movimentar novamente com vistas à disputa da presidência em 2014.
 
No caso da Assembleia, a crise começou quando os cinco deputados da bancada petista votaram pela constitucionalidade do projeto de decreto legislativo que propunha o fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte – que se tornou a pauta pétrea dos protestos. Essa decisão do PT pegou o governo de surpresa. Pela primeira vez, desde o início de seu governo, o PT votava contra o Palácio Anchieta.
 
Os petistas, após o episódio, tentaram tratar o “racha” como uma mera divergência e reafirmaram o apoio ao governo. Mas o cenário político mudou completamente após a onda de protestos. As peças que já tinham lugar cativo no tabuleiro eleitoral mudaram de lugar e o jogo político recomeça do zero novamente na volta do recesso parlamentar.
 
Assistindo à popularidade da presidente Dilma Rousseff em queda livre, os petistas capixabas também não tinham outra escolha a não ser votar a favor da pauta das ruas. Depois de ter dito não ao CPI do Posto Fantasma em Mimoso do Sul e a CPI do Pó Preto, só restava aos petistas apoiarem a tarifa zero para o pedágio da ponte.
 
Essa mudança de cenário, não podia ser diferente, tem preocupado o governo Casagrande, que deve usar o recesso para reagrupar os deputados que restaram na base de apoio. 
 
É verdade que alguns deputados que abraçaram o projeto de Euclério Sampaio (PDT), como os peemedebistas Solange Lube e Hércules Silveira, tendem a retornar para a base naturalmente. A dor de cabeça para esses dias de recesso fica reservada mesmo para o PT. Afinal, são cinco deputados a mais ou a menos, vai depender. 
 
Se as notícias por aqui não são boas, com protestos pipocando todos os dias nas ruas e Assembleia rachada, o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), que parecia ter recolhido o projeto para disputar a presidência da República em 2014, resolveu dar o ar da graça novamente, para desespero do colega Casagrande, que considerava a questão pacificada. 
 
Campos promoveu um almoço (foto) nessa quinta-feira (18), em Recife, com deputados e senadores da bancada socialista. O representante capixaba na Câmara, deputado federal Paulo Folleto (à direita, apoiando o queixo), marcou presença e entrou no clima do almoço, que mais parecia um “relançamento” da candidatura do pernambucano à presidência. 
 
Alguns “comensais” ainda tentavam despistar o cardápio eleitoral que predominava nas conversas, mas outros não esconderam o jogo. Foi o caso do deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE). Ele disse que Campos não se colocou como candidato, mas também não desautorizou os parlamentares a fazerem as articulações. "Catucaram, catucaram e ele amarrou o bode. Disse que não é hora de falar em candidatura, disse que é hora de organizar o partido, fortalecer as bases em cada estado e município", publicou o blog pernambucano de Jamildo.
 
Casagrande, como disse Patriota, foi um dos que “catucaram” Eduardo Campos para ele “amarrar o bode”, mas de tanto puxar o “danado” afrouxou a corda e já se movimenta com liberdade. 
 
A movimentação de Campos, sabe muito bem Casagrande, pode complicar os arranjos e inviabilizar o palanque de Dilma no Estado, mais um motivo que poderia deixar o PT capixaba apartado de sua base.

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