O evento do PSB nesse sábado (29) mostrou que o governador Renato Casagrande tem um longo trabalho a fazer também no Estado na questão partidária. O governador retornou as atividades para fazer uma avaliação do processo eleitoral e traçar novas estratégias para o PSB, mas encontrou um partido “disperso”. A sensação é de que as lideranças importantes do partido ainda não entenderam que o momento é de fortalecimento da sigla e da sua liderança de maior grandeza: Renato Casagrande.
Pelas ausências no encontro a percepção dos meios políticos é de que o trabalho duro de reagrupar o partido dependerá exclusivamente de Casagrande. O socialista não tem hoje porta-vozes que possam fazer a defesa de seu governo no âmbito institucional. Seu líder do governo na Assembleia Legislativa, Vandinho Leite, parece não ter ainda digerido a derrota na eleição e está mergulhado. Inerte.
Já o deputado federal reeleito Paulo Foletto não compareceu ao compromisso partidário alegando uma agenda em Colatina. O que poderia ser mais importante do que um momento tão estratégico para o partido? Para os meios políticos, a ideia é de que Foletto tem se reaproximado do governador eleito Paulo Hartung. Mesmo tendo sido beneficiado na campanha pela máquina palaciana, o deputado federal não estaria disposto a defender o discurso duro de Casagrande contra o novo governo.
Dos 22 prefeitos, apenas quatro compareceram ao evento, o que ajuda a entender por que Casagrande teve um desempenho abaixo do esperado na eleição no interior do Estado, onde estão a maioria das prefeituras comandadas pelos socialistas. Muitos desses prefeitos hoje estão buscando aproximação com Hartung, com medo de represálias no novo governo.
O caminho para Casagrande retomar seu peso político e se colocar em condições de um novo embate com Hartung é construir o palanque para a prefeitura de Vitória, em 2016, caminho para o qual Casagrande já estaria se preparando. Como Vitória é a segunda mais importante vitrine política do Estado e a disputa promete ser bastante acirrada, Casagrande, em caso de vitória, ganha um peso político muito grande.
Enquanto isso, deve fazer a defesa de seu governo apontando as falhas do sucessor. Para isso, porém, precisa reconstruir uma base de alianças que permita que ele possa construir um grupo de oposição, o que precisa partir de seus aliados internos.