Além da eleição da Mesa Diretora da Assembleia, outro assunto que vem mexendo com os nervos dos deputados estaduais são as mudanças no plenário. Para alguns deputados, a ideia é que o governador Renato Casagrande adote uma estratégia para evitar chiado na Casa, definindo as mudanças durante o período do recesso parlamentar, que começa no final de dezembro.
Uma das mexidas mais observadas é a que envolve o retorno do petista Rodrigo Coelho à Assembleia, o que tira do PMDB uma de suas cadeiras. Mas haveria um movimento do titular atual da vaga, Esmael Almeida, para não perder o lugar.
Nos meios políticos, ventila-se que não há interesse do PMDB em defender a cadeira de Esmael, até porque o partido estaria prestes a ganhar mais um deputado, com o retorno de Paulo Roberto – se conseguir driblar a legislação eleitoral sobre fidelidade partidária – e não entraria em campo para garantir a permanência de Esmael na Casa.
Vindo da Câmara de Vitória, Esmael perde espaço político. Mas o fato de o peemedebista ter conseguido eleger o filho, Davi Esmael para a vaga no Legislativo Municipal pelo PSB e não pelo PMDB, criou insatisfação na sigla. Além disso, com um desgaste político acumulado, o PMDB não teria capilaridade para cobrar a vaga a Casagrande. A permanência do deputado na Assembleia dependeria do interesse exclusivo do governador.
Um dos empecilhos para manter Esmael na Assembleia é que a alternativa pelo Palácio Anchieta não é muito bem vinda pelo resto plenário. A manobra consiste em levar para a equipe de governo o deputado estadual Roberto Carlos (PT). O que gera problema é o local para onde o governador pensou a vaga petista, a Casa Civil. Os parlamentares não estariam satisfeitos em ver um colega de plenário na condição de negociador com o governo.
Daí a expectativa de que Casagrande aguarde o recesso parlamentar para implementar suas ideias em relação ao Legislativo. Como não haverá sessão, os deputados não teriam espaço político para espernear diante das movimentações palacianas.