Com a investida do PSDB em lançar a candidatura do ex-diretor do Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes) Guerino Balestrassi ao governo do Estado, o jogo político do próximo ano aponta para uma fragmentação da disputa. Um cenário eleitoral bem diferente do que se estabeleceu em 2010, quando um amplo leque de alianças garantiu a Renato Casagrande uma eleição tranquila.
Para os meios políticos, a candidatura de Balestrassi pode não ser um fato consumado. Ele teria colocado o nome para garantir um palanque no Espírito Santo para o presidenciável tucano, o senador por Minas Gerais, Aécio Neves, caso uma costura com o PMDB não vingue para o próximo ano. Mas a entrada de Balestrassi na disputa não seria o fator principal da fragmentação.
Casagrande tentou atrair para seu grupo também os partidos que estiveram com o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) em 2010, como o PMN, o DEM e o PPS. Atraiu, inclusive, o próprio tucano. Mas não está longe de conseguir construir um palanque de unanimidade para sua reeleição com o mesmo número de partidos que tinha em 2010.
O senador Magno Malta (PR) foi o primeiro a desalinhar o processo de reforço na ampla base do governador Renato Casagrande, eleito com o apoio de 15 partidos, mais o PSB. O PR deve ter candidatura própria e embora não haja uma expectativa de que consiga uma coligação farta de partido, conta com o capital eleitoral do senador, que tem um grande apelo no eleitorado do Estado.
Agora é o PMDB que reivindica a disputa ao governo. O senador Ricardo Ferraço, que em 2010 foi forçado a abrir mão da disputa em nome de uma movimentação nacional entre PT, PSB e PMDB, para dar lugar na chapa palaciana a Casagrande, é quem aparece como o principal nome cotado para a disputa.
Nesse sentido, temos três figuras políticas (Casagrande, Ferraço e Malta) com densidade eleitoral de mais de um milhão de votos cada um na disputa, o que divide não só o eleitorado, mas também a atenção da classe política.
Casagrande vem em desgaste por conta dos inúmeros problemas durante seu primeiro mandato e os equívocos durante o período dos protestos populares recentes, mas tem a máquina na mão, o que pesa a seu favor. Ricardo Ferraço tem o selo do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e o apoio da elite econômica do Estado. Já Malta tem popularidade e um discurso que agrada ao eleitorado conservador do Estado.
Balestrassi conseguiu se movimentar entre a classe empresarial durante sua passagem pelo Bandes, mas os outros competidores parecem ser mais fortes que ele. Por isso, há dúvida se levará adiante sua candidatura.