Na curta sessão ordinária desta segunda-feira (19), deu tempo para o deputado estadual Sérgio Majeski (PSDB) pôr em debate uma questão que vem causando mal-estar no Palácio Anchieta. Com o Estado mergulhado em uma das mais graves crises hídricas, não tem sido bem vista a ausência do secretário estadual de Agricultura, Octaciano Neto, para fazer campanha eleitoral.
O tucano direcionou suas críticas ao secretário, que tem se concentrado em campanhas eleitorais na Grande Vitória. Em férias nesta reta final da campanha para prefeito, Ocataciano tem participado das atividades eleitorais de vários candidatos. O objetivo do secretário é aumentar sua capilaridade, visando a disputa de 2018, quando deve disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados.
O problema é que enquanto faz campanha, ele se ausenta da pasta em um momento de agravamento da seca no interior do Estado, que além da falta de abastecimento, tem afetado os agricultores e a economia de muitos municípios, que têm nesse ramo de atividade sua principal fonte de recursos.
E a situação pode ficar ainda pior. A vazão dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória, que abastecem a Grande Vitória, vem caindo de forma assustadora. Diante desse cenário, nesta segunda-feira (19), a Cesan comunicou à Agência de Regulação de Serviços Públicos (ARSP) a necessidade de implantar racionamento no abastecimento de água por meio de rodízio isonômico de distribuição de água para os municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana e para a localidade Praia Grande, em Fundão.
A situação tem ficado desconfortável nos meios políticos e até o governador teve que fazer vídeo falando sobre o assunto, já que a impressão passada até então era de pouca atenção com o assunto e medidas polêmicas, que ainda estão mantidas, mas que não garantem a sustentabilidade do interior.
Como por exemplo, o sistema de barragens, que além de ser controverso, vem privilegiando apenas uma parte da região norte, onde o governador tem aliados palacianos. A Secretaria de Estado da Agricultura (Seag) pretende implantar 68 novas barragens até o final de 2018. Um investimento de mais de R$ 90 milhões.
