Dois requerimentos para criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) lidas nos expedientes das sessões de 18 e 25 de abril, estão causando polêmica nos corredores da Câmara serrana. Isso porque, com a proximidade do período eleitoral as comissões ganham viés eleitoral.
A CPI da Saúde será presidida pelo vereador Nacib (PDT), que vai presidir o colegiado. A Comissão vai apurar denúncias diversas na área, mas o foco principal será investigar as denúncias sobre a falta de médicos e remédios, bem como os atos licitatórios da atual gestão para a compra dos produtos. Além de Nacib, que é aliado de do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT), o relator é Basílio da Saúde (Pros) e Gideão Svensson (PR), não fazem parte da bancada de aliados do prefeito Audifax Barcelos (Rede).
Outra CPI que não favorece o atual prefeito é a que vai apurar o processo referente à Parceria Público Privada (PPP) entre a Cesan (Companhia Espírito-Santense de Saneamento) e a Prefeitura Municipal da Serra. A Comissão terá como titulares o pedetista David, como presidente; o petista Aécio Leite, como relator, e Auredir Pimentel (Rede), como secretário.
As duas CPIS estão sendo vistas nos meios políticos como uma reação a uma comissão criada no mês passado para investigar irregularidades na operação de R$ 40 milhões em títulos do Instituto de Previdência dos Servidores do Município da Serra (IPS) no Banco BVA, que foram realizadas na gestão do ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT).
Na verdade, uma outra CPI havia sido instaurada na Câmara em 2013 e houve denúncia ao Ministério Público, mas os vereadores decidiram abrir uma nova investigação depois que o banco foi citado na Operação Lava Jato. O problema é que a comissão foi proposta pelos vereadores Alexandre Xambinho (PTdoB) e Guto Lorenzoni (PP), aliados do atual prefeito Audifax Barcelos, o que dá um tom político às movimentações da Câmara, considerando que o eleitorado serrano aguarda mais um embate entre Audifax e Vidigal na eleição deste ano.
