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Depois de mais um fracasso, Gildevan apela e pede vista do relatório de Euclério

A CPI dos Empenhos teve mais um capítulo com sabor de derrota para o governo do Estado nesta quarta-feira (15). O deputado Almir Vieira (PRP), que pedira vista na reunião passada, não se manifestou sobre o relatório de Euclério Sampaio (PDT). Erick Musso (PMDB) e Dary Pagung (PP) já haviam feito o mesmo. Concordaram em pedir vista mais para atender ao pleito do governo que precisa ganhar mais tempo. 
 
Pagung, Musso e Vieira parecem não ter aceitado fazer a manobra palaciana que pretende indiciar o ex-governador Renato Casagrande (PSB). A estratégia seria que um dos três, após o pedido de vista, fizesse o voto em separado para incluir o socialista em um novo relatório. 
 
Depois de experimentar mais um fracasso, restou ao líder do governo e presidente da CPI Gildevan Fernandes (PMDB) fazer o ‘’trabalho sujo’’ nesta quarta. O deputado pediu vista e empurrou a votação do relatório de Euclério para a próxima segunda-feira (20), quando acontecerá uma reunião extraordinária do colegiado. Ainda na segunda-feira, Gildevan deve apresentar um pedido de prorrogação da CPI por mais 30 dias, pleito que deve ser aprovado pelos membros da comissão — eles não concordaram em fazer a manobra, mas também não vão querer dificultar ainda mais as coisas para o governo.
 
As atenções se voltam agora para estratégia palaciana. A dúvida é saber se Gildevan irá recuar e deixar o relatório de Euclério ser votado ou se o líder do governo apresentará voto em separado para indiciar o ex-governador. 
 
Caso o deputado governista insista com a manobra, a CPI que foi criada para julgar moralmente Casagrande e servir de pano de fundo para a apreciação das contas do socialista pelo Plenário da Assembleia, passa a funcionar mais contra do que a favor do Palácio Anchieta. 
 
Aliás, a CPI dos Empenhos passou a ter efeito reverso desde a leitura do relatório de Euclério Sampaio, no dia 18 de maio. A não inclusão de Casagrande no texto final decretou a derrota do governo, mas Hartung não aceitou perder. 
 
Do dia 18 para cá o governo passou a fazer manobras cada vez mais grosseiras para indiciar o ex-governador. Já foram feitos, com o de Gildevan, quatro pedidos de vista. A reunião de uma quarta-feira também foi cancelada sem motivo aparente. As manobras são para o governo ganhar tempo. 
 
Mas a cada nova reunião se percebe que o problema do governo não é tempo. Falta encontrar argumentos para convencer os deputados aliados a fazer o jogo palaciano. Ninguém topou até agora. Gildevan, na ocasião da leitura do relatório de Euclério, chegou a alardear que tinha novas denúncias, que não apareceram até agora, dando conotação de blefe ao anúncio.
 
Se Gildevan assumir incluir Casagrande, passa recibo da manobra. A CPI dos Empenhos, que serviria de passaporte para a reprovação das contas de Casagrande na Assembleia, passaria a ser um trunfo do ex-governador, que seria vítima de uma manobra política de Hartung, que está fazendo tudo para tirá-lo da eleição de 2018.

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