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Depois do padre, seminarista de Boa Esperança é processado por injúria, calúnia e difamação

Aliado do padre Romário Hastenreitter, de Boa Esperança (noroeste do Estado), processado pelo senador Magno Malta (PR) por injúria, calúnia e difamação, o seminarista Wilson Rodrigues do Nascimento também terá que responder na Justiça pela mesma acusação.
 
Ele foi denunciado pelo assessor jurídico da Câmara de Vereadores, Samuel Valey (PR), aliado de Magno Malta, e deverá comparecer à audiência no Fórum local marcada para  às 10h45m do dia 26 de abril deste ano. 
 
Segundo Wilson, ele foi ameaçado por um grupo liderado pelo irmão do presidente da Câmara, Marcus Pereira dos Santos (PSDB), de nome Fernando, na última semana de outubro de 2017. “Eles me empurraram em frente à igreja”, apontou.

O motivo da agressão, de acordo com Wilson, foi uma postagem nas redes sociais que ele fez, também, sobre a reforma Trabalhista. Ele participou ainda, junto com o padre, da mobilização popular de dezembro do ano passado, que resultou na efetivação da lei popular que proíbe a pulverização aérea de venenos no município. 

 
“Participo da obra social da Paróquia, juntamente com o padre Romário”, disse o seminarista, ressaltando que a audiência do processo do padre, movido pelo  senador Magno Malta, vem despertando a população em favor do religioso, clima que será mantido até a sua audiência. 
 
Wilson disse que já  comunicou ao reitor do seminário onde estuda, localizado em São Mateus, para mantê-lo informado, e vem adotando medidas visando garantir sua defesa. 
 
O município de Boa Esperança, situado no noroeste do Espírito Santo, com 15 mil habitantes, virou notícia nos últimos dias depois que Século Diário divulgou o processo que o senador Magno Malta move contra o padre Romário.
 
Nesta terça-feira (13), o senador gravou um vídeo em que exige que o padre apresente provas de que ele é bandido, como teria afirmado na homilia durante a celebração de uma missa de domingo. 
 
O religioso criticava os três senadores capixabas, além de Magno, Rose de Freias (MDB) e Ricardo Ferraço (PSDB), por terem votado favoravelmente à aprovação da reforma Trabalhista, em 2017.
 
Fim da aplicação aérea 

O padre Romário Hastenreiter foi um dos principais articulares da grande mobilização popular que resultou na Lei Municipal nº 1.649/2017, que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos em Boa Esperança.

 
Na ocasião, a Comissão de Produção Orgânica do Estado do Espírito Santo (CPOrg), que reúne agricultores e técnicos de diversas associações e instituições envolvidas com a Agroecologia e Produção Orgânica do Estado, divulgou nota em solidariedade ao padre e “demais ameaçados em Boa Esperança, noroeste do Estado, em virtude da grande mobilização popular.

“Personificadas à figura de uma liderança local, o padre Romário”, continua o texto, “mensagens com cunho ameaçador (vídeos de clubes de tiros, pornografias, entre outras manifestações sombrias) foram enviadas desde a aprovação da lei, causando revolta em toda a população”, denunciaram os membros da Comissão.

 
No Manifesto, a Comissão disse apoiar e encorajar os moradores, para que “os opressores sejam denunciados e punidos” e solicita “ao Poder Público Estadual imediata investigação para identificar de onde estão partindo as ameaças e aplicar as devidas punições a quem mereça”.
 
O PL, de iniciativa popular, contou com 2.680 assinaturas da população. Já o Manifesto reuniu 38 entidades públicas e privadas, entre institutos de ensino, órgãos do executivo estadual, associações de agricultores e entidades ligadas à conservação ambiental e à agroecologia. 

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