Com o excesso de pautas-bomba no Congresso Nacional, os deputados federais capixabas se colocam em uma situação delicada para construir seus palanques para o próximo ano. Hoje os alvos são os três deputados que votaram a favor da ampliação da terceirização: Lelo Coimbra (PMDB), Marcus Vicente (PP) e Carlos Manato (SD), com respingos também nos que estiveram ausentes: Norma Ayub (DEM) e Paulo Foletto (PSB).
Mas eles não são os únicos em dificuldade para 2018. Lelo Coimbra ainda depende da influência do governador Paulo Hartung (PMDB) em seu palanque. Sua investida na disputa eleitoral de 2016 em Vitória não foi bem sucedida e, por isso, ficou em desvantagem.
Marcus Vicente tem sofrido uma queda de eleitorado em suas bases, restritas aos municípios de Ibiraçu, Fundão, João Neiva e Aracruz, e terá uma batalha difícil pela frente. A bandeira da BR-101 pode ajudar na imagem, mas a votação da terceirização traz prejuízo.
O deputado Carlos Manato tem apostado no discurso conservador e se aproximou do deputado Jair Bolsononaro (PSC-RJ) como puxador de votos. Ele perde, porém, o apoio de sua principal estrela no partido, o deputado estadual Amaro Neto, que agora é aliado do governador. Já Manato ficou queimado no episódio da crise da segurança.
A aposta do PDT, evidentemente é Sérgio Vidigal, que tem a estrutura necessária para a reeleição. O deputado, porém, precisa de clareza sobre o posicionamento do partido para fazer suas alianças no Estado. Resta saber se ele terá a companhia do deputado estadual Josias da Da Vitória ou se vai novamente apostar em uma aliança com o PT, que foi produtiva para os petistas em 2014.
Evair de Melo (PV) tem se articulado Estado adentro para consolidar sua reeleição, mas sua movimentação vai depender também dos movimentos do secretário de Agricultura, Octaciano Neto e do ex-titular da pasta Enio Bergoli.
Norma Ayub (DEM), além de ter ao seu lado o marido, Theodorico Ferraço (DEM), está muito bem assessorada e seu mandato tem conseguido espaço e visibilidade. Ela foi criticada por não votar na discussão da terceirização, mas se avaliada a circunstância, a orientação da bancada do DEM era pela aprovação, ela encontrou uma saída para não se comprometer com o caso.
O deputado Paulo Foletto (PSB) estaria ensaiando descer um degrau, disputando a Assembleia Legislativa, mas não sem passar seu espólio ao aliado Da Vitória. Esse espólio não se resume a Colatina, se espalha pela região noroeste e outras cidades em que os dois trabalharam na eleição municipal.
Jorge Silva é de um partido pequeno, o PHS, mas tem estoque de votos em São Mateus para se reeleger, no entanto, vai precisar encontrar boas condições de alianças e evitar conflitos entre as pautas do Congresso e seu eleitorado. Foi bem no primeiro teste, votando contra a terceirização, mesmo com a orientação do partido de votar favoravelmente.