A sessão da Assembleia desta segunda-feira (11) foi marcada por muitas manifestações dos deputados estaduais insatisfeitos com as declarações do presidente da Câmara Municipal de Vitória, Fabrício Gandini (PPS). O vereador criticou a omissão do Legislativo estadual frente aos altos índices de violência no Estado.
Os deputados se alternaram na tribuna da Casa e nos microfones de aparte para rebater as críticas do vereador. O deputado José Esmeraldo (PR) afirmou que o vereador tem feito discursos contra os deputados porque quer um mandato de deputado. Ele disse também que vereador está perdendo espaço em Jardim Camburi, seu principal colégio eleitoral na Capital.
O deputado Hercules Silveira (PMDB) disse que o vereador deveria fazer como ele, que é presidente da Comissão de Saúde, e vem fiscalizando o trabalho dos hospitais. Já o deputado Gilsinho Lopes (PR) disse que é preciso saber o que exatamente o vereador disse e o que foi publicado.
Na sessão plenária da Câmara da última quinta-feira (07), Gandini criticou duramente a insegurança que tem assombrado a população do capixaba, particularmente a de Vitória.
O vereador também dirigiu críticas à omissão que enxerga por parte dos representantes da Assembleia Legislativa. “Temos uma Assembleia muda, calada diante dos nossos irmãos caídos no chão. Deputados, onde vocês estão? Estão discutindo tíquete!”, disse o vereador.
Desde a semana passada o discurso de Gandini vem criando comentários nos meios políticos, inclusive, sobre suas pretensões eleitorais em 2014. Gandini também criticou a morosidade com que o governo estadual vem executando as políticas de segurança pública no último biênio. “O ex-secretário estadual de Segurança [Henrique Herkenhoff] vai descansar no resto do ano. Era essa a velocidade que ele dava às políticas”, disse o presidente da Câmara.
As discussões na Assembleia sobre o discurso de Gandini desviaram o foco do resultado de uma pesquisa publicada nesse fim de semana sobre o desempenho da Assembleia e da imagem arranhada da Casa. No início da sessão, o presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM) apresentava uma irritação com os colegas. Para os meios políticos seria um reflexo da situação de desgaste político que se encontra a Assembleia.
Antes de deixar a presidência da sessão, Ferraço anunciou o contato com a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para uma pauta positiva de ação conjunta em favor dos interesses do Estado, nas discussões em Brasília sobre perdas dos royalties do petróleo.