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Deputados sugerem alterações nas restrições do governo para conter a Covid

O deputado Theodorico Ferraço, da oposição, disse que cabe ao governador a condução do processo

“O Espírito Santo está agonizando”. A frase do deputado Theodorico Ferraço (DEM) resume o ambiente da sessão desta terça-feira (23) na Assembleia Legislativa, tomada por debates sobre o avanço da pandemia da Covid-19, no dia em que o Estado registrou um novo recorde de 72 mortes nas últimas 24 horas. Alguns parlamentares sugeriram alterações no decreto do governo do Estado que restringe as atividades comerciais e a circulação de pessoas.   

Emocionado, Ferraço citou dificuldades de prefeitos do interior e abordou, rapidamente, a posse do quarto ministro da Saúde em meio à pandemia, e enfatizou: “Só nos resta a fé”. Apesar de ser da oposição ao governo Renato Casagrande, o deputado disse que cabe ao governador tomar a frente do combate à pandemia, enfatizando a gravidade do cenário no Espírito Santo e no Brasil.


O deputado Marcelo Santos (PSD), seguido por outros parlamentares na mesma demanda, defendeu que os supermercados possam comercializar todos os produtos, ao contrário do que está fixado no decreto do governo, pois, no seu entendimento, não há justificativa de haver proibição da venda de eletrodomésticos, por exemplo. O parlamentar informou que sugeriu essa e outras alterações diretamente ao governador.

Já Sergio Majeski (PSB) propôs a ampliação das possibilidades dos serviços de entrega de refeições durante a quarentena vigente no Espírito Santo. Ele também defende que restaurantes, lanchonetes e bares possam atender a população nos sistemas de drive thru e de take away, quando o cliente vai pessoalmente retirar a refeição no estabelecimento.

A situação no Espírito Santo é grave, como também no restante do país, motivando lideranças políticas, religiosas e de outros setores a se manifestarem a fim de que haja uma coordenação central por parte do governo federal para combater o avanço da doença, assegurou o deputado.

Nesta terça-feira, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou uma carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro, na qual conclama que ele “assuma de uma vez por todas o papel constitucional de coordenação nacional no enfrentamento da Covid-19 no País, promovendo o alinhamento entre as esferas de governo e de poder”.

Ao mesmo tempo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, rejeitou o pedido feito por Bolsonaro para suspender os decretos dos governadores do Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul, que estabelecem medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19. No Estado, o governador Renato Casagrande (PSB) é objeto do habeas corpus preventivo impetrado pelo deputado Capitão Assumção (Patri).

Seguidor de Bolsonaro, o parlamentar voltou a repetir nesta terça-feira os costumeiros ataques ao secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e ao governador, sem acrescentar nada de novo, insistindo na defesa do governo federal e em criticar o gesto de solidariedade manifestado pelo governo estadual ao ceder leitos hospitalares para pessoas infectadas dos estados do Amazonas, Roraima e Santa Catarina. Foi acompanhado pelo deputado Torino Marques (PSL), com a mesma abordagem, que visa, principalmente, a politização da pandemia, fator apontado nos meios políticos e científicos como facilitador para o avanço da doença.

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