Diálogo isolado com Aridelmo sobre Previdência gera novo protesto de servidores de Vitória
O debate sobre descontos previdenciários com uma comissão de servidores públicos de Vitória, agendado no último dia nove pelo secretário de Fazenda, Aridelmo Teixeira, para esta terça-feira (15), se transformou em conversas isoladas com alguns sindicalistas, gerando insatisfação na categoria, que esperava um diálogo mais aberto com a participação de representantes de todas as áreas. Somente alguns foram chamados para entrar na sede da prefeitura, cujo acesso foi fechado, com guardas municipais impedindo a circulação de pessoas.
Do lado de fora, uma multidão de servidores protestou contra a medida do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), considerada arbitrária. Muitos sindicalistas questionavam a colocação de viaturas na entrada da prefeitura e, também, o vazamento de dados sigilosos de aposentados que participaram da manifestação do dia 9 em protesto aos descontos de 14% nos vencimentos de maio, quando passou a vigorar a reforma da Previdência aprovada em janeiro deste ano.
"Pazolini, com seu autoritarismo, agora virou dono da prefeitura", critica a servidora e presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Clemilde Cortes Pereira, ressaltando: "Já que não dialoga, resta às várias categorias de servidores de Vitória acionar a Justiça". Ela se mostrou indignada com o vazamento das informações sobre vencimentos de aposentados, neste final de semana, e afirmou que isso precisa ser esclarecido.
Em pronunciamento na Câmara de Vitória nessa segunda-feira (14), a vereadora Camila Valadão (Psol) também criticou a divulgação irregular de dados de aposentados em grupos de WhatsApp, expondo inclusive a identidade, foto, contracheque e a fachada de um prédio onde reside uma das manifestantes.
"Nós protocolamos um requerimento de informações à prefeitura, pois queremos que seja investigado quem foi que vazou os dados de contracheque dos aposentados", disse a vereadora. "A administração pública é responsável pelos dados pessoais e sigilosos constantes em contracheque, não devendo fornecê-los a ninguém, salvo nos casos específicos em lei", completou.
Para Camila, "a divulgação ex officio, fora das hipóteses legais, viola direito ao sigilo. Vazar esse tipo de informação é crime e nós queremos que seja investigado".
A vereadora requereu ainda informações à presidência do IPAMV, solicitando apuração dos fatos, e rebateu declarações de Pazolini de que a a reforma de Previdência havia acabado com a "máfia dos privilegiados".
"Estabelecer 14% de contribuição incidindo sobre proventos com valores abaixo do teto do regime geral é combater privilégios? 14% para quem recebe R$ 1.100 é combater privilégio? São servidores que dedicaram a vida inteira aos cidadãos da nossa cidade. Dizer que uma reforma da Previdência combate a 'máfia do privilégio' é um verdadeiro escárnio", criticou Camila.
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Comentários: 1
Gatos pingados contra Bolsonaro kkkkk. O choro é livre