A articulação da cúpula do PT para o lançamento de uma candidatura própria na disputa ao governo do Estado não se deu de forma tão simples como se esperava dentro do partido. O embate de interesses levou ao lançamento de pelo menos três candidaturas ao governo e a questão será levada para a nacional antes de uma convenção partidária, provavelmente no próximo sábado (28).
Nos meios políticos a reação do PT aumentou as dúvidas sobre o cenário eleitoral, sobretudo em relação à candidatura do ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Na semana passada causou muito burburinho entre as lideranças o fato de a candidatura do PT ao governo ter sido decidida depois de um encontro com Hartung.
O grupo do presidente do partido, João Coser, aliado de Hartung no PT, deixou o encontro afirmando que a candidatura se daria porque não houve acordo com o ex-governador. Mas a justificativa não convenceu. No mercado político, a movimentação foi vista como um acordo. A candidatura independente do PT abre espaço para o apoio do PSDB ao palanque do PMDB.
Além disso, enfraquece Casagrande, dividindo votos em um eventual segundo turno, recompõe o apoio ao peemedebita fortalecendo-o para um novo embate. Mas isso só daria certo se o candidato ao governo fosse também do grupo de Coser.
A intenção era de haver uma convergência de forças na reunião da segunda-feira (16), o que não ocorreu, com a manutenção da candidatura da deputada federal Iriny Lopes e o surgimento da candidatura do vice-governador Givaldo Vieira. Iriny faz o papel de anti-Paulo Hartung. Já Givaldo reverbera a tentativa de influência de Casagrande no palanque petista.
Diante da incerteza, que será decidida pela nacional, mais preocupada com um palanque sólido para a presidente Dilma Rousseff do que com a acomodação de espaços de suas lideranças locais, a estratégia fica também prejudicada.