Com um desempenho diferenciado entre os 30 deputados nestes 18 meses de mandato na Assembleia Legislativa, Sérgio Majeski (PSDB) é um dos nomes cogitados pelo ninho tucano para disputar a prefeitura de Vitória com a saída do ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas do páreo. Mas essa oportunidade divide opiniões na classe política. Muita gente interpreta a oportunidade como cilada.
Por um lado, o nome de Majeski traria um ganho para o debate eleitoral. Luiz Paulo Vellozo Lucas era considerado o palanque qualificado da eleição. Com um perfil técnico e acadêmico, Luiz Paulo era o candidato dos projetos de desenvolvimento para a capital. Embora tenha formação em outra área – Luiz Paulo é economista e Majeski é geógrafo –, o deputado estadual tem um nível acadêmico que o coloca no mesmo patamar de qualificação na candidatura tucana.
Mas para muitos apoiadores do deputado, a candidatura a prefeito em um momento tumultuado do cenário de Vitória não é prudente. Isso porque a pressão interna pela candidatura do deputado acontece no afogadilho da desistência do correligionário e da procura por um substituto a altura. Um nome que possa atender não só ao projeto municipal, mas também o projeto do presidenciável Aécio Neves de vencer nos grandes colégios eleitorais, que definitivamente, com todo o respeito, não é de Wesley Goggi.
Para o jogo político do Estado, o momento também não é favorável. O deputado é hoje o único nome no Plenário que é imune à submissão da Assembleia ao Executivo e aos projetos midiáticos do governador Paulo Hartung (PMDB). Militante da área de educação, Majeski vem se posicionando criticamente ao tratamento dado pelo governo do Estado à área, que foi bandeira de campanha de Hartung.
Neste sentido, a permanência de Majeski na Assembleia é mais importante do que o projeto de disputar a prefeitura de Vitória, que o próprio deputado não cogitava até a impulsão dada pelo partido na última semana. Para alguns aliados, o convite pode ser um “canto da sereia”. Na disputa de Vitória, Majeski vai ter de mudar o discurso para a realidade municipal, deixando de ser uma voz dissonante na política de unanimidade do governo do Estado. Isolado no município, ele deixaria de ser um incômodo para o Palácio Anchieta.
O próprio Majeski dá sinais de sua preferência pelo Legislativo, já que entende que deve concluir o mandato pelo qual foi eleito. O deputado que teve pouco mais de 12 mil votos para a Assembleia em 2014, conseguiu com seu desempenho aumentar bastante seu capital político e pode alçar voos mais altos na disputa de 2018 ou pensar em um projeto para Vitória para 2020.