Até o próximo dia 9 de dezembro, os tucanos de todo o País seguem divididos em relação à eleição nacional do partido. De um lado está o senador Tasso Jereissati, que até outro dia comandava interinamente o partido. Esse grupo defende o afastamento do governo Temer e a busca de um caminho próprio do partido. De outro, estão os tucanos que apóiam o governador de Goiás Marconi Perillo, que é ligado ao presidente licenciado do partido, o senador Aécio Neves. No meio dessa disputa está o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tentando encontrar um consenso entre os dois grupos.
Segundo a coluna Plenário de A Tribuna (20/11/17), a maioria dos delegados do Espírito Santo vota em Jereissati. O senador Ricardo Ferraço, inclusive, deve fazer parte da chapa. O que chama atenção é o fato de tanto César Colnago quanto Max Filho, que disputaram a presidência da estadual, compartilharem do mesmo ponto de vista em relação ao projeto nacional: ambos defendem que uma disputa interna seria prejudicial ao partido e apóiam a posição de Alckmin de buscar o consenso.
Embora Colnago e Max tenham entendimento convergente, a divisão da nacional reflete internamente no Estado. Depois da eleição do dia 11, o partido continuou dividido e a tensão interna entre vitoriosos e derrotados não diminuiu. Basta ver a relação entre o secretário-geral Vandinho Leite e o deputado estadual Sergio Majeski.
Vandinho, agora secretário-geral do partido, teria liberado o deputado para se desfilar da legenda quando quiser, mas Majeski sinaliza que prefere a segurança da janela partidária de março.
Até lá o deputado parece disposto a seguir com suas prerrogativas dentro do partido, como a votação na nacional, da qual é delegado, e manifesta apoio a Jereissati.
O fato de o prefeito Max Filho não ter comparecido à inauguração da unidade da Escola Viva de Vila Velha, na última sexta-feira (17), também teve repercussão nos meios políticos. Este seria o primeiro encontro do tucano com o governador Paulo Hartung após a eleição interna do PSDB.
Na disputa ficou caracterizado para o mercado político que Max Filho, ao enfrentar o vice-governador, estaria defendendo que a legenda assumisse uma posição mais independente em relação ao Palácio Anchieta. O fato de o prefeito não comparecer à solenidade gerou burburinho, mesmo após o vice, Jorge Carreta, que representou a prefeitura, ter explicado que Max sofrera um procedimento dentário.
Embora Max Filho e Colnago continuem tendo uma boa relação, o clima interno do partido aponta que a tarefa de reunificação do partido não será tarefa simples para o novo presidente. Vai exigir de Colnago muito jogo de cintura, ainda mais com um diretório tão dividido quanto o atual. A diferença de apenas 12 votos entre Colnago e Max pode garantir a legenda para o palanque de Hartung, se for o caso, mas não garantirá um empenho de todos os quadros tucanos em favor de um único projeto.