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Emenda de Júnior Corrêa libera empréstimos para Prefeitura de Cachoeiro

Antes das eleições, vice de Ferraço foi contrário a crédito solicitado por Victor Coelho

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A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, autoriza o prefeito eleito, Theodorico Ferraço (PP), a efetuar empréstimos com instituições financeiras. A autorização se deu a partir de uma emenda à LDO proposta pelo vereador Júnior Corrêa (Novo), que assumirá, em janeiro próximo, os cargos de vice-prefeito e de “gerente-geral”, como anunciou Ferraço.

A inclusão desse dispositivo no orçamento se deu em sessão ordinária do último dia 5 de dezembro, sem alardes, quase sete meses depois de toda a polêmica envolvendo um projeto de lei proposto pelo atual prefeito, Victor Coelho (PSB), para contrair um empréstimo de 50 milhões de dólares junto à Corporação Andina de Fomento (CAF). Júnior Corrêa foi um dos parlamentares que se mostraram contrários à ideia na ocasião.

O projeto de lei de Victor Coelho visava uma operação de crédito específica para a realização de obras previstas no escopo da proposta. No caso da emenda à LDO, trata-se apenas de autorização para uma eventual operação de crédito ainda não definida. De qualquer forma, o caminho ficou aberto para que a nova gestão tente até mesmo retomar a negociação com a CAF, se assim desejar, ainda que a aprovação final dependa de nova votação na Câmara.

Durante a audiência pública que debateu a proposta de empréstimo da gestão de Victor Coelho, Júnior Corrêa afirmou que não duvidava da legalidade ou até mesmo da necessidade da operação, mas argumentou que não considerava adequada sua aprovação no final do mandato do prefeito e às vésperas das eleições.

“O que mais está pegando no coração das pessoas, que está fazendo com que se questione o empréstimo de 50 milhões de dólares, é justamente um fator necessidade, uma questão mais subjetiva. Porque, querendo ou não, nós estamos…o Brasil é uma democracia, nós temos eleições de quatro em quatro anos, nós estamos no final de um ciclo. Então, tomar um empréstimo por conta de um projeto de médio/longo prazo, chegando no final de um mandato, chegando na metade do ano, cinco meses para a eleição…alguma coisa não bate”, disse ele.

Corrêa ainda não tinha sido confirmado como vice de Ferraço, mas a audiência pública acabou se tornando uma antecipação da disputa eleitoral que viria a seguir. O vereador Léo Camargo (PL) e o advogado Diego Libardi (Republicanos), que foram candidatos a prefeito de Cachoeiro este ano, também se manifestaram contra a operação de crédito.

A LDO de Cachoeiro de 2025, por sua vez, junto com a emenda de Corrêa, foi aprovada na semana passada por unanimidade, incluindo voto favorável de Léo Camargo. Júnior defendeu a iniciativa, dizendo que atendia a uma solicitação do grupo que trabalha na transição de governo.

“Essa foi uma emenda pedida pela equipe de transição do prefeito Ferraço, fazendo suas análises, seus estudos, e até mesmo naquela questão que o senhor [presidente da Câmara, Brás Zagotto, do Podemos] já disse aqui, que essa legislatura busca dar condições para que o novo governo possa fazer sua gestão da maneira que foi escolhida pelo povo”, justificou.

Nos bastidores, pessoas próximas a Victor Coelho consideram que a medida tomada por Júnior apenas confirma a posição defendida pelo prefeito atual na ocasião, de que a prefeitura tem plenas condições de contrair empréstimo e que a proposta só não foi à frente devido ao clima eleitoral.

Mas a emenda de Júnior Corrêa ao orçamento também pode ser lida como uma importante sinalização sobre os planos da gestão de Theodorico Ferraço em seu quinto mandato. O caixa da prefeitura não parece suficiente para Ferraço tocar obras de impacto visual como as que lhe deram prestígio nos mandatos anteriores, e os empréstimos deverão ser uma alternativa de financiamento.

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