Com a retirada da candidatura de Theodorico Ferraço (DEM) a presidente da Assembleia, o caminho para a eleição de Érick Musso (PMDB) ficou livre e agora a classe política se pergunta como o deputado vai conciliar os muitos interesses que envolvem a condução do Legislativo estadual, seja por parte dos deputados, seja por parte do governo do Estado.
O próximo movimento a ser observado será a composição da Mesa Diretora. Isso porque, embora o presidente tenha poderes imperiais na Casa, não consegue comprar um clips sem a assinatura de pelo menos um dos secretários. Por isso, a escolha dos nomes que ficarão à direita e à esquerda de Musso também vão movimentar as articulações nos bastidores.
Para a segunda secretaria, o nome mais cotado tem sido o da deputada Raquel Lessa (SD), mas para a primeira, especula-se um nome com mais experiência no Legislativo para que a Mesa não seja composta somente por deputados de primeiro mandato. A composição da Mesa vai dar pistas de como será esse equilíbrio de forças.
Além disso, os deputados entraram no blocão olhando a movimentação para a ocupação das Comissões Permanentes da Casa. Os principais objetos de desejo são as comissões de Finanças e de Justiça, mas dependendo da base do deputado, os temas despertam muito interesse. É sobre essa divisão que os deputados devem se debruçar nos próximos dias e aí é que vai ser observada a capacidade de Musso em gerenciar os interesses e mediar conflitos.
Mas a discussão que deve trazer mais problemas é a divisão dos cargos na Casa. A saída de Ferraço da presidência não significa apenas a perda do poder político do demista, mas a possibilidade de rateio dos cargos. Mas há uma questão delicada nessa discussão. Alguns deputados querem mexer nos cargos técnicos da Casa, o que pode trazer problemas entre os servidores.
Outro interesse a ser debatido é fortalecimento dos deputados para a disputa de 2018, que ajudou a desconstrução da candidatura de Ferraço. Os deputados precisam de respostas para suas bases para se fortalecer para a reeleição e por isso a acomodação de cargos e a articulação com o Executivo precisam de um presidente a Casa que atue na defesa dos parlamentares.