O Espírito Santo está entre os sete estados em que as conversas entre PSB e PDT estão a pleno vapor. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico desta quinta-feira (23), o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) discutem as chances de um projeto conjunto para o governo Estadual e Senado.
De acordo com a publicação, o PDT vai apostar na construção de palanques regionais para alavancar a candidatura presidencial do ex-ministro Ciro Gomes. O presidenciável estará no Estado no próximo dia 9, participando do encontro estadual do partido. No evento, a expectativa é que Vidigal lance seu nome ao governo ou ao Senado, como uma forma de ocupação de espaço político para negociações futuras com lideranças.
Casagrande, que é secretário-geral do PSB nacional, disse ao Valor que a oposição ao governo Michel Temer e a defesa da centro-esquerda reaproximaram os dois partidos. Ressalta, porém, que um acordo na esfera nacional exige reciprocidade regional. “Por ora, é só namoro, não tem casamento ainda. Há uma aproximação, mas sem contrato assinado”, pondera Vidigal.
Os dirigentes das duas siglas se reuniram no mês passado e as conversas giram em torno de disputas majoritárias. Além do Espírito Santo, há avanços nas conversas no Rio Grande do Sul, Paraíba, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe e São Paulo.
O PSB, segundo o Valor, só vai bater o martelo em relação às alianças quando tiver uma resposta do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que foi convidado a se filiar ao partido para a disputa a Presidência da República em 2018. Barbosa, porém, só deve se posicionar em março.
No Estado, o PDT tem uma relação mais próxima com o governador Paulo Hartung (PMDB), que por sua vez não se afina com o grupo do ex-governador Renato Casagrande. Mas o partido deve seguir a orientação da nacional em relação às alianças, já que a prioridade é o palanque de Ciro Gomes em 2018.
Em 2010, o ex-governador também se beneficiou de uma movimentação envolvendo Ciro Gomes. Naquela ocasião, porém, Ciro Gomes estava filiado ao PSB e retirou sua candidatura à Presidência em um acordo com o PMDB e PT, o que beneficiou candidaturas socialistas aos governos em seis estados, incluindo o Espírito Santo de Renato Casagrande, com o apoio do PMDB de Hartung, que mudou o cabeça de chapa para a sucessão estadual. Até o acordo, Hartung apoiaria seu então vice, Ricardo Ferraço, que foi barrado para dar lugar à candidatura de Casagrande.