A permanência de alguns espaços vazios na equipe do governador Paulo Hartung vem criando expectativa nos meios políticos. Mas para algumas lideranças, a impressão é que Hartung vai protelar essas ocupações até o final de janeiro, enquanto observa alguns movimentos importantes tanto na Câmara dos Deputados quanto na Assembleia.
As primeiras acomodações já eram esperadas, como o petista João Coser e a pedetista Sueli Vidigal. Depois da posse, com a poeira baixa, o governador chamou para a direção do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Halpher Luigi, para acomodar o novo aliado Magno Malta (PR).
Desgastado com a perda de lideranças do partido e espaços na política capixaba , o senador Magno Malta (PR), que na eleição deste ano se colocava como uma liderança política com potencial para ser um opositor de peso ao governador Paulo Hartung (PMDB) e às elites políticas e empresariais do Estado, aderiu ao grupo do governador.
Pouco depois da eleição, Hartung e o vice, César Colnago surpreenderam os meios políticos, concedendo entrevista à rádio do senador, denunciando o acordo entre as lideranças. A expectativa, porém, era de que o senador conseguisse um espaço maior no governo de Hartung.
As atenções agora se voltam para as duas secretarias que estão sendo ocupadas interinamente: Turismo e Esporte. O governador aguarda a movimentação do deputado federal Carlos Manato (SD), para saber se haverá como puxá-lo para a equipe.
Assim Hartung vai conseguir acomodar a mulher do presidente da Assembleia, Theodorico Ferraço (DEM), que precisa de um mandato. Mas a movimentação terá de esperar as articulações do deputado em relação à eleição da Mesa Diretora. Manato procura um espaço na nova mesa. Se conseguir, Hartung terá que pensar em outra solução para encaixar Norma Ayub (DEM).
A acomodação na Secretaria de Turismo teria o foco na Assembleia, mas há quem acredite que a manutenção do espaço é apenas mais uma articulação do governador visando às expectativas sobre o comportamento do plenário. O teste deve ser a votação do Orçamento deste ano depois da revisão, que deve acontecer até o fim do mês.
