Ganhou repercussão nos meios políticos esta semana a possibilidade de o governador Paulo Hartung (PMDB), em um futuro próximo, trocar o PMDB pelo PSD. A especulação movimentou o mercado político do Estado e dividiu opiniões das lideranças, quando o próprio ministro das Cidades, Gilberto Kassab, comandante máximo do PSD nacional, aventa a possibilidade de ter Hartung entre seus quadros.
Para alguns observadores, Hartung estaria apenas pegando carona na polêmica para mais uma vez confundir o mercado, afinal, o momento é favorável para o PMDB, que tem a presidência da República e também para o governador, que além de estar em uma suposta linha sucessória presidencial, tem sua ex-secretária de Fazenda, Ana Paula Vescovi, como secretária do Tesouro Nacional.
Para os defensores da tese da permanência do governador no PMDB, o fato de ele ter controle absoluto do partido no Espírito Santo permite a ele uma articulação para 2018, com todas as condições favoráveis para construir seu caminho, tanto no Estado com os aliados quanto em nível nacional, para onde estaria projetando seu futuro.
Mas há quem acredite mesmo na ida do governador para o PSD, com o objetivo de não se ligar aos desgastes do PMDB. Além da baixa popularidade do presidente Michel Temer, a quem vem, inclusive, evitando aproximação, há toda a polêmica envolvendo outros membros do partido, como o presidente da Câmara dos Deputados, Renan Calheiros (PMDB-RJ), além da prisão do ex-governador do Rido de Janeiro, o também peemedebista, Sérgio Cabral.
A mudança de partido seria uma forma de o governador não compartilhar dos desgastes nacionais do partido, se filiando a uma sigla que vem crescendo no País, além de também compartilhar do governo federal hoje. Com isso, Hartung também melhoraria sua condição em uma eventual fila “presidencial”, que no PMDB é bem grande e que no PSD se reduz ao presidente do partido, que também não tem grande estatura para uma disputa deste porte.
Como Hartung é governador de um estado eleitoralmente pequeno, o apoio de Kassab o coloca em ligação com o importante colégio eleitoral de São Paulo para movimentações políticas futuras.
Mas independentemente de seu caminho eleitoral em 2018 e da sigla na qual irá se abrigar para a disputa, o governador já teria conseguido abrir uma porta alternativa para se esquivar de eventuais desgastes em um movimento de crise no partido, ou falta de espaços no PMDB.