Sexta, 26 Abril 2024

​Esquerda encontra dificuldades para formalizar alianças no Espírito Santo

toni_perly_rede_social_leonardo_sa Redes sociais/Leonardo Sá

A união firmada, semana passada, entre partidos de esquerda e de centro-esquerda para engrossar a participação nas manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro, neste sábado (2), não tem a mesma força quando se trata de firmar alianças para as eleições de 2022 no Espírito Santo. PT e Psol, as siglas mais à esquerda, mantêm o distanciamento histórico entre si, apesar das divisões contra e a favor às alianças, promovidas por correntes isoladas de cada partido.

Já o PSB no Estado permanece isolado dessas duas siglas e segue em direção a grupos de centro-direita e de direita, que defendem uma terceira via para presidente da República, ao contrário da aproximação e das alianças já formalizadas em nível nacional. O governador Renato Casagrande, que comanda o partido, acena a correntes que buscam enfrentar Jair Bolsonaro, em queda acentuada nas pesquisas, e também ao ex-presidente Lula, que lidera a aprovação do eleitorado.

Na recente cerimônia de filiação ao PSB da deputada federal Tabata Amaral, que deixou o PDT, no último dia 21, Casagrande afirmou: "A chegada da deputada federal fortalece as bandeiras e lutas do PSB, sua atuação contribuirá muito para construirmos, juntos, um País mais justo".

Em declarações públicas, ele tem defendido a ideia de um caminho de outra candidatura, com o PSB liderando. Confirma, desse modo, que se mantém nas correntes contrárias às duas pré-candidatas presidenciais já colocadas no mercado e acolhe os movimentos de direita que já se cansaram de Bolsonaro, mas que, de outro lado, também não aceitam o retorno de Lula.

O Psol explica: "Buscaremos alianças com partidos de esquerda como PSTU, PCB, movimentos de moradia, sem-teto, sem-terra, Unidade Popular", segundo nota emitida pelo presidente estadual, Toni Cabano, nesta quarta-feira (29). No entanto, acrescenta que "outras alianças podem acontecer com outros partidos de esquerda ou esquerda liberal, mas isso vai depender de como estará a conjuntura até lá, ou seja, nada está descartado e os riscos à democracia e à liberdade da população serão fatores decisivos".

Já o PT, por meio do membro do diretório estadual Perly Cipriano, aponta que o partido está convidando todos as legendas para formar uma frente contra Bolsonaro e, embora ressalte que essa decisão é mais afeita à direção nacional, garante: "Lula não ficará sem palanque no Espírito Santo", apontando nomes que deverão entrar na disputa, em todos os níveis, e ao comentar o distanciamento de Casagrande.

Os deputados Helder Salomão (federal) e Iriny Lopes (estadual) são apontados para a reeleição, enquanto a presidente do partido, Jackeline Rocha, deve concorrer à Assembleia Legislativa, juntamente como ex-prefeito de Vitória João Coser. Já a reaproximação com o PSB, esboçada em nível nacional, encontra barreira no Espírito Santo.

O Psol, como o PT, também "deve lançar candidaturas própria ao governo, Senado e parlamento", como aponta Toni Cabano, que se esquiva de falar em nomes, apesar de o professor Gilbertinho Campos, ex-candidato a prefeito de Vitória, ser apontado como um dos mais cotados para concorrer ao governo do Estado, como Século Diário divulgou.

"De certo é que iremos realizar um amplo debate com a militância e discutir as nossas táticas eleitorais e nomes. Nosso arco de aliança não poderá acabar a nossa autonomia, nem rebaixar nosso programa. Estaremos aliados com frentes de luta e não teremos alianças com partidos de direita e centrão", pontua Toni Cabano.

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