Depois de uma noite de vigília em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Educação (Sedu), em Vitória, estudantes secundaristas do Estado voltaram para casa sem serem ouvidos pelo secretário de Estado da Educação, Haroldo Rocha. Embora os estudantes busquem diálogo com o secretário desde essa quarta-feira (10), quando o projeto Escola Viva foi aprovado na Assembleia Legislativa, a secretaria disse que não foi procurada por eles.
A manifestação acontece porque a comunidade escolar não concorda com a forma autoritária como foi conduzida a discussão sobre a implantação das escolas em tempo integral no Estado, o projeto Escola Viva. Mais uma vez, os alunos reafirmaram não serem contrários ao projeto, mas à forma como o diálogo foi estabelecido pelo governo do Estado.
Por volta das 9 horas, os estudantes fizeram intervenções no transito a cada dez minutos, de forma alternada, nas duas pistas em frente à secretaria. A interdição durou cerca de uma hora. Os servidores da Secretaria de Educação foram liberados e não há expediente nesta sexta-feira.
Depois de cem dias de tramitação no Legislativo, o projeto foi aprovado depois de uma manobra, com uma reunião conjunta das comissões de Educação, Assistência Social e Finanças, para que o projeto tivesse os pareceres aprovados e o projeto pudesse ser colocado no plenário.
Para os meios políticos, a pressão palaciana foi para que o projeto pudesse ser implantado ainda este ano, ainda que em um projeto piloto. Outro fator que vem sendo apontado como o fator para a “tratorada” palaciana é o fato de já ter começado a tramitar na Assembleia o Plano Estadual de Educação (PEE).
Isso porque, o Escola Viva está desvinculado do Plano, e como há prazo para que o PEE seja votado até 24 deste mês, era preciso encerrar o assunto do Escola Viva, para que ele não fosse incluído no plano.