Um dos temas centrais da reunião da executiva estadual do PSDB, nessa quinta-feira (22), foi a posição dos tucanos capixabas sobre o desembarque do governo Temer. O prefeito de Vila Velha, Max Filho, que esteve na última reunião em cujo alto tucanato decidiu pela permanência do PSDB no governo, fez um resumo do encontro em Brasília.
Apesar da posição da nacional de ficar, cresce na Câmara dos Deputados, sobretudo na ala mais jovem do partido, o descontentamento com o governo Temer. Muitos deputados já teriam fechado posição para votar a favor da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer, que pode chegar na Câmara nos próximas dias.
Esse mesmo descontentamento em relação ao governo também ganha força no PSDB capixaba. A decisão de sair do governo, segundo uma fonte do PSDB, tem mais adeptos a cada dia. Apesar da pressão pelo desembarque, a executiva estadual preferiu ouvir duas lideranças do partido, que não estiveram na reunião, antes de anunciar oficialmente uma posição oficial sobre a decisão de ficar ou sair.
Ricardo Ferraço, relator da Reforma Trabalhista no Senado, e Luiz Paulo Vellozo Lucas, o secretário Nacional de Desenvolvimento Urbano do Ministério das Cidades, não compareceram à reunião. Ricardo teria alegado conflito de agenda. Já Luiz Paulo não teria justificado a ausência. As posições de ambos, em razão das funções que assumem atualmente, devem repercutir em Brasília. Luiz Paulo continua refratário à pressão interna sobre a saída, já que faz parte do governo. Já Ricardo Ferraço tem assumindo publicamente o rompimento com o governo. Aliás, a leitura dos tucanos é que o senador endossaria imediatamente a posição pelo desembarque da executiva estadual.
O próprio presidente estadual da legenda, Jarbas de Assis, que vinha assumindo uma posição mais reticente, já admite que não há mais ambiente para seguir no governo.
Caso Majeski
A reunião também “lavou a roupa suja” em relação ao deputado estadual Sérgio Majeski, que não tem escondido seu descontentamento em relação ao partido. O deputado, há tempos, exige a saída do governo Temer. No seu pleito pessoal, Majeski sugere também o desembarque do governo Hartung.
A hipótese de romper com o governo Hartung não foi sequer considerada pela executiva estadual, que já havia antecipado que esse era um assunto fora da pauta. Mas o partido tratou abertamente com o deputado sobre suas conversas com outras agremiações, se referindo, especialmente, ao encontro com lideranças da Rede, que virou notícia na imprensa capixaba.
Majeski teria esclarecido aos colegas tucanos que as conversas são saudáveis e fazem parte do processo democrático, mas teria garantido que, por enquanto, não há nada além disso.
Comissão especial
Outro tema da pauta foi a reestruturação dos diretórios municipais. Uma comissão vai se encarregar de realizar levantamento de nomes para compor as 52 direções municipais que não realizaram convenções no Estado.
Após essa etapa, a Executiva Estadual avaliará criteriosamente as informações, e o colegiado irá deliberar para a formação das novas comissões provisórias.
Ricardo Ferraço, César Colnago, Max Filho e Emilio Mameri foram escolhidos para compor a comissão. “A comissão é integrada por lideranças experientes que conhecem bem a situação política em cada município e, com certeza, deverá apresentar um bom trabalho para que o partido possa apresentar candidaturas competitivas no pleito do ano que vem” afirmou Jarbas de Assis.
No encontro desta quinta também foi aberto o livro de candidaturas para as eleições de 2018. A próxima reunião da Executiva Estadual está agendada para a segunda quinzena de julho.
Estiveram presentes na reunião o presidente estadual Jarbas Ribeiro de Assis Jr, o vice-governador César Colnago, o prefeito de Vila Velha Max Filho, o deputado estadual Sérgio Majeski, o secretário de Ciência e Tecnologia Vandinho Leite, a presidente do PSDB Mulher ES, vereadora Neuzinha de Oliveira, a presidente do Tucanafro ES, Fernanda Pereira, Emilio Mameri, Michel Minassa, William Galvão, Ricardo Wagner, Nerci Pereira e Ruy Gonçalves.
