Como havia antecipado Século Diário, o delegado de Delitos do Trânsito, Fabiano Contarato, confirmou a tendência e fechou questão sobre seu posicionamento para a eleição do próximo ano, filiando-se ao PR no início da tarde desta sexta-feira (4).
Ele deve disputar a vaga ao Senado em 2014. Outra expectativa é de que o partido venha para a disputa com uma chapa “puro sangue” ao lado do senador Magno Malta, que pode vir a disputar o governo do Estado. A filiação de Contarato muda o rumo eleitoral do Estado no próximo ano.
Juntos, o delegado e o senador formam um palanque forte para a disputa, que une os eleitorados das classes D e E, em que Malta tem grande penetração, e da classe média que é atingida pelo discurso do delegado. Contarato se transformou em uma figura popular devido à sua atuação à frente da delegacia e a luta pelo rigor na punição de crimes cometidos no trânsito devido à ingestão de bebida alcoólica.
O cenário para a disputa ao Senado assim fica bem diferente. A entrada do delegado, com o apoio de Magno Malta, pode inibir a candidatura que vem sendo aventada no mercado político do ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Ainda que Contarato dispute sem a candidatura de governador do senador Magno Malta, terá seu apoio, o que complica a entrada de Hartung na disputa.
Embora o ex-governador tenha se fortalecido no Estado, está sem mandato desde 2010, o que leva à reflexão sobre a viabilidade de uma disputa que deve envolver mais de mais de um milhão de votos. Ao mesmo tempo, a candidatura republicana facilita a candidatura da deputada federal Rose de Freitas pelo PMDB. Ela já havia se decidido pela disputa ao Senado, mas a possibilidade de Hartung disputar e o fato de o grupo dele controlar o PMDB capixaba poderia impedi-la.
A deputada havia, inclusive, cogitado deixar o PMDB para tentar viabilizar sua candidatura, mas com a mudança no cenário, Rose continua no PMDB e garante o apoio interno para a disputa.
Mas não é apenas na disputa ao Senado que a filiação de Contarato ao PR vai trazer mexidas no cenário eleitoral. O fortalecimento de um possível palanque republicano mina as tentativas do governador Renato Casagrande de reconstruir um palanque de unanimidade no Estado.
Além disso, forçará o grupo do governador a procurar entre os aliados um nome que também possa disputar o Senado para equilibrar as forças entre os palanques. Casagrande tentou atrair o delegado para seu palanque, mas na reta final das negociações, a aproximação entre o delegado e o senador facilitou a escolha pelo palanque republicano.
A escolha do partido atende ao projeto de disputa de espaço escolhida pelo delegado. Contarato parte do entendimento de que seu nome ganha força para o projeto eleitoral indo ao encontro do momento de tomada de consciência popular pelo qual passa o País. Ele entende que o Senado seria o espaço mais apropriado para sua estreia eleitoral
O delegado que virou estrela cobiçada dos partidos no Estado, dribla a crítica sobre sua participação na política institucional, afirmando que não tem restrição a entrar na vida política. E acha, pelo contrário, que os “homens de bem devem assumir este espaço”. A ideia de encarar o pleito cabe nessa convicção, atendendo ao clamor das ruas, manifestada principalmente nas redes sociais.