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Falta musculatura para Ricardo Ferraço encarar Renan Calheiros pelo comando do Senado

O senador Ricardo Ferraço (PMDB) aparece na mídia nacional como uma alternativa da oposição no Senado para a disputa à presidência da Casa. Dissidente da base governista no PMDB, o senador, que foi coordenador da campanha de Aécio Neves (PSDB-MG) no Espírito Santo, pode não ter a musculatura necessária para por em risco a reeleição de Renan Calheiros (PMDB-AL), mas vem aproveitando a onda de visibilidade da melhor maneira possível. Aliás, desde que foi para o Senado em 2011, ele mostrou que sabe aproveitar bem os ventos que sopram a seu favor. 
 
A coluna de Ilimar Franco, no jornal O Globo desta terça-feira (13), mostra que na verdade há dificuldade na movimentação da oposição. Ricardo Ferraço foi a quarta opção de Aécio Neves para tentar disputar a presidência do Senado. Antes disso, ele tentou convencer os senadores Eunício de Oliveira (CE), Luiz Henrique (SC) e Waldemir Moka (MS), mas nenhum deles topou. 
 
Eunício Oliveira teria ainda provocado: “Por que o Aécio não sai candidato? Não tem votos?”, disse o líder do PMDB à coluna. Na verdade, no Senado, o partido que tem maioria, no caso o PMDB, elege o presidente da Casa. Por isso, Aécio busca uma aliança com os dissidentes do PMDB para a disputa à Mesa Diretora. A partir de fevereiro, o partido terá 19 dos 81 senadores. 
 
Para Ferraço, mesmo que o acordo não vingue, a movimentação por si só traz ganhos. O senador tem se especializado em aproveitar momentos políticos para ganhar visibilidade no cenário nacional. Foi assim com a fuga do senado boliviano Roger Molina para o Brasil; com a possibilidade de conceder asilo político ao ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que vazou documentos que revelavam espionagem americana e na discussão sobre direitos autorais.
 
Ferraço preside atualmente a Comissão de Relações Exteriores do Senado e participa, como titular e suplente, respectivamente, das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Assuntos Econômicos (CAE), as mais importantes da Casa. Isso acendeu um sinal de alerta no grupo de Renan Calheiros, que tenta manter Ricardo Ferraço na área de influência do presidente do Senado para evitar desgastes. 
 
Embora não tenha musculatura suficiente para desbancar Calheiros, que será apoiado pelo Palácio do Planalto, a candidatura de Ricardo seria um incômodo para o partido porque provocaria um desgaste na bancada do PMDB, fazendo com que o grupo perca força política no Senado.

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